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DE JANEIRO DE 1973 4459

rior, partidários de uma política miserável de renúncia, arvorando para tanto, em virtude de culposa complacência, um falso humanitarismo e um cristianismo à sua feição e que, para eles, só é válido na medida em que se manifeste inconformista e rebelde aos ensinamentos da hierarquia e alérgico às grandes certezas - Deus, Pátria, Autoridade, Família e Trabalho -, que quiseram discutir e até negar.
E assim procuraram retirar dos corações dos homens, e sob a forma de uma infeliz espécie de teologia, a ideia de Deus, a quem mataram; a ideia de Pátria, que desejam ver retalhada; a ideia de Autoridade, que consideram dispensável, mormente quando exercida por outros que nanja por eles e, por isso mesmo, vilipendiam; a ideia de Família e da sua moral, que desprestigiaram, ferindo-a na sua indispensável unidade e indissolubilidade com a aceitação e defesa do divórcio, e ainda a ideia do Trabalho, cujo dever foi posto em causa.
E os caminhos para atingirem os seus objectivos, as suas metas, não são escolhidos, pois que todos lhes servem, quer sejam pacíficos, quer violentos, nem fazem questão de acorrentar a Igreja para fins e campos que lhe estão vedados. E que assim é prova-o o facto, ainda bem recente, do impudico aproveitamento de um templo - lugar sagrado e para as coisas de Deus - para intencionais e ostensivas atitudes políticas, o que já é de todo lamentável. Mas foi-se ainda mais longe, na medida em que se serviram desse lugar sagrado para desenvolver atitudes contra a Pátria, no seu todo territorial, cultural e moral, o que é atitude insólita, atrevimento inqualificável. E sob a capa de um pseudopacifismo e a coberto de uma pretensa ofensa à liberdade religiosa de políticos que, como tais, se servem dos templos para fins políticos, há a estranha coragem - mesmo que fique fama - de, alto e bom som, vir a esta Assembleia Nacional fazer a defesa de quem procedeu de maneira tão lamentavelmente criminosa e afirmar que «vamos a caminho do despotismo» em virtude de ter surgido, como se impunha, a legítima e necessária intervenção da autoridade para pôr cobro ao abuso e ao insulto feito à dignidade nacional!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A quanto leva a paixão sectária, meu Deus! Que tristeza - dei por mim a concluir -, só faltou defender os criminosos autores do lançamento dos petardos e das bombas e dos criminosos autores de outros actos de sabotagem!

O Sr. Casal-Ribeiro:- Para lá se caminha, Sr. Deputado!

O Orador: - Mas já outro tanto não sucede com a prática de actos ofensivos à nossa dignidade de Nação livre e independente que já não são de molde a impressionar tanto a sensibilidade patriótica dos nossos falsos Jeremias.
Ainda há bem poucos dias aconteceu no aeroporto de Luanda uma lamentável ocorrência que não consta haver tido a menor repulsa desta gente e que não pode passar sem o mais vivo protesto nesta Assembleia. Foi o acto grosseiramente ofensivo e ignobilmente praticado em viagem de cortesia do avião Concorde, no qual foi içada em vez da bandeira nacional verde-rubra a do movimento terrorista do M.P.L.A., acto insólito que, graças a Deus, teve a pronta, enérgica e bem definida reacção das autoridades e das centenas de pessoas ali presentes no aeroporto.
Ora é mesmo assim que todos temos igualmente de proceder frente a qualquer ataque à nossa dignidade como Nação pluricontinental e plurirracial, à nossa maneira de estar no Mundo - já que nenhuma outra melhor se vê justificada ou sequer enunciada com princípio, meio e fim. E neste ponto não devemos regatear ao Governo todo o nosso incondicional apoio, de que carece e pede, porque -como há dias disse em Luanda o Sr. Governador-Geral e nosso ilustre colega nesta Casa- «desgraçadamente, há na metrópole quem deixou apagar no seu coração os sentimentos patrióticos, preconizando o caminho da desonra, o caminho do nosso próprio abandono».

Vozes:- Muito bem!

O Orador:- Por isso, quando a pretexto de liberdade e mediante acrobacias dialécticas, uns tantos - felizmente bem poucos- se querem arrogar o direito de expor as suas ideias acerca dos mais graves e delicados problemas da nossa vida pública para, com intuitos efectivamente antipatrióticos, irem até ao extremo de impugnar a legitimidade da defesa dos territórios ultramarinos, então, sim, é necessário ter a coragem de, em nome do partido da Pátria, desbaratar tais actuações e procedimentos.

Vozes:- Muito bem!

O Orador:- Esta é, Sr. Presidente e Srs. Deputados, na retaguarda que ocupamos, a obrigação cívica de cada um de nós, tal como os nossos soldados cumprem, nas frentes africanas, a obrigação militar, batendo-se e morrendo para que a Nação sobreviva com dignidade.

Vozes:- Muito bem!

O Orador:- E tenhamos também a coragem de procurar soluções nacionais para os problemas nacionais, não em função das críticas que nos movem os estrangeiros de dentro e de fora, mas sim do estudo dos nossos princípios e na disposição dos nossos interesses.
E deixemos a liberalização, que, como já alguém escreveu:

Não é liberdade. Conduz à negação das liberdades, natural consequência de voluntário enfraquecimento da autoridade. É incompatível com o bem comum e mais não quer do que o desmantelamento da muralha da Pátria.

Tenho dito.

Vozes:- Muito bem!

O Sr. Presidente:- Srs. Deputados: Vamos passar à

Ordem do dia

que tem por objecto a efectivação do aviso prévio acerca dos meios de comunicação social e problemá-