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31 DE JANEIRO DE 1973 4455

Sim, queremos a paz, mas a que a nossa consciência, o nosso passado e a nossa razão deve impor, não aquela que é pregada pelos nossos inimigos.
Será por acaso, ou apenas pela acção dos nossos exércitos de mar, terra e ar, que nos mantemos vitoriosamente num continente tão distante? Ou será antes pela grande força que nos é dada pelo apoio da esmagadora maioria das populações autóctones? Queremos, sim, a liberdade de podermos dispor de nós próprios e não andar ao sabor dos ventos da história e dos apetites das internacionais, ou dos desejos de alguns que são, afinal, sempre os mesmos.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Firmemente, cristãmente, olhemos em frente sem termos nem dúvidas nem receios, antes conscientes de que assim continuaremos Portugal.
Não nos deixemos levar por atitudes ou por palavras vãs, ocas de realidade e, sobretudo, perigosas pelos riscos que encerram se nelas o nosso povo acreditasse e as seguisse. Tenhamos confiança em nós próprios, nos nossos governantes, e saibamos cumprir a missão que Deus nos deu no Mundo, continuando a lutar por uma civilização de que fomos pioneiros.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Alberto de Alarcão: - Sr. Presidente: Também as possibilidades de colocação de fruta fresca em alguns dos mais importantes mercados europeus foram objecto de prospecção no estudo («O mercado de exportação para frutos, legumes e flores portugueses») encomendado pelo Fundo de Fomento de Exportação a uma empresa inglesa.
São as conclusões seleccionadas e resumidas - cuja responsabilidade invoco - que entendi poder ter interesse trazer a esta representação nacional e, por intermédio dos órgãos de informação, ao País. Aqui deixo, confiado que possam ter alguma utilidade para a decisão e acção de agricultores e exportadores portugueses.
Dezassete espécies foram consideradas:

B) Fruta:

1) Morangos;
2) Melões;
3) Ameixas;
4) Uvas de mesa;
5) Maçãs;
6) Pêras;
7) Pêssegos;
8) Alperches;
9) Laranjas;
10) Tangerinas;
11) Toranjas;
12) Limões;
13) Groselhas;
14) Cerejas;
15) Limas;
16) Figos;
17) Framboesas.

Ocasionalmente surgem referências a nectarinas, clementinas e satsumas, bem como a melancias.
Do essencial das suas conclusões se poderá extrair por espécies:
1) Morangos. - As actuais importações para os seis países totalizam cerca de 60 000t por ano, sendo a Alemanha o principal consumidor. Calcula-se que aumente 26 0001 até 1975. A Itália é o maior exportador, mas afigura-se existir oportunidades para colocação nos mercados do Reino Unido e Escandinávia, ou mesmo da Alemanha, até fins de Maio, em embalagens de cartão contendo vinte e quatro caixas de plástico, pesando 250 g cada uma, e transportadas por avião. As novas técnicas de congelação e liofilização não deverão ser desprezadas.
2) Melões. - Notável acréscimo de importações se verificou nos últimos anos, ascendendo já a 91 0001 anuais e prevendo-se que registe um acréscimo de mais 36 0001 até 1975. A produção é diminuta, quase inexistente nos países objecto de estudo.
Desde que as taxas de frete sejam altamente competitivas e se satisfaça a procura sobretudo das variedades Tendral (Honeydew, como é conhecida no mercado inglês) e Ogen, Portugal estará bem colocado para concorrer com a Espanha ou Israel nos mercados da Europa.
4) Uva de mesa. - As importações dos seis países totalizam já 4000001. Entre outros mercados, o do Reino Unido oferece uma boa oportunidade para fornecimento no cedo de certas variedades (Alphonse Lavallée, Regina ou Ohanes) em caixas de madeira de 5 kg - bem apresentadas.
Os países do Norte de África ou as ilhas atlânticas (Canárias, por exemplo) tendem a tornar-se temíveis concorrentes pela precocidade das produções. Por que não aproveitar melhor as nossas, nomeadamente as potencialidades insulares?
5) Maçãs. - Começa a estar a Europa, e nomeadamente a França, saturada de maçãs, por via dos excedentes. Foi, inclusive, estabelecida no Mercado Comum uma política de encorajamento à destruição de pomares, que chega a conceder um subsídio de 22,4 mil escudos por hectare arrancado. Os países nórdicos, e particularmente a Suécia, parecem ser os mercados consumidores com maiores possibilidades de colocação, sobretudo em Fevereiro e Março, de variedades de cor vermelha (Macintosh e Red Delicious) conservadas a baixas temperaturas, o que exige armazenagem e frigorificação.
6) Pêras. - Pior ainda em termos de excedentes - embora persista a fome no Mundo, no período de 1 de Agosto de 1970 a 14 de Março de 1971 um total de 619 0001 de pêras foram destruídas no Mercado Comum - é a situação dos produtores europeus desta pomóidea. Numerosos países tentam, inclusive, reduzir a produção, auxiliados por subsídios dos fundos agrícolas do Mercado Comum. Não se afirmam potencialidades apreciáveis de exportação para a Europa.
7) Pêssegos. - Situação similar à das maçãs, apenas os mercados nórdicos (e particularmente a Suécia) poderão interessar, no quadro da E.F.T.A., para as nossas exportações, desde que de boa qualidade e apresentação. Melhores perspectivas nos oferecem as nectarinas.
9) Laranjas. - O acréscimo das produções e a temível concorrência de Espanha, Israel ou Marrocos não oferecem grandes oportunidades para projectos de produção destinados à exportação (a menos que provenham do hemisfério sul, das províncias ultramarinas que aí se sediam, fora, pois, da época normal de produção na Europa, no Norte de África ou na bacia ocidental da Ásia mediterrânica). Mas o consumo