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4456 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 218

interno e industrialização podem vir a determinar uma maior procura (e plantação), bem como a decorrente solicitação de países nórdicos, nomeadamente a Suécia.
Os mercados tendem a preferir cada vez mais laranjas fáceis de descascar e sem sementes ou, mesmo, tangerinas e formas híbridas.
10) Tangerinas. - Acelerada expansão da procura se verifica para tangerinas, igualmente sem sementes e fáceis de descascar ou aparentadas (clementinas e satsumas). Deve ser dada prioridade aos países nórdicos (Suécia, particularmente), de modo a desenvolver aí o mercado de citrinos, e alguma atenção ainda à Alemanha, dada a sua dimensão. Cada fruto embrulhado no início e fim da estação, em recipientes de madeira ou fibra de 8 kg a 10 kg.
11) Toranjas.-Mais promissor ainda se afigura este mercado em todos os países da Europa, contando-se com um acréscimo de consumo de 70 0001 até 1975. O meio caixote de madeira, contendo 18 kg, é aceite em todos os países, mas talvez seja de desenvolver a venda a retalho em redes de 5 frutos - para não falarmos em toranjas enlatadas ou no seu sumo. É assim fruto que oferece muito interessantes perspectivas de exportação.
14) Cerejas. - Parece existir alguma oportunidade no mercado inglês no início da estação e no sueco durante todo o período de colheita, se for debelado o ataque de certas pragas; sobretudo de fruto largo e escuro (variedade do tipo da Early Rivers e da Bigarreaii), embalado em recipientes de fibra, com 2 kg ou 5 kg, para frete aéreo, ou caixas de madeira exportadas por outras vias de transporte.
16) Figos.-Pouco explorada a comercialização externa, dada nomeadamente a sua fragilidade, e interessando criar uma «imagem de qualidade e luxo».
No Reino Unido «os figos frescos estão associados [...] a uma imagem requintada, a qual poderá ser explorada pelo envio de grandes quantidades por avião, de modo a assegurar um produto maduro e de alta qualidade».
Muito embora surgindo num período do ano em que aparecem, abundantemente, outras frutas, menos frágeis e concorrenciais, afigura-se aos prospectores que o mercado para figos frescos oferece uma boa oportunidade aos exportadores portugueses.
Necessitará que se concentrem na produção de figos de alta qualidade (figos negros, sobretudo), cuidadosamente embalados e transportados por frete aéreo.
A promoção comercial será útil para aumentar a procura deste produto, pouco conhecido sobretudo no Reino Unido e na Escandinávia.
Não desenvolveremos mais a análise por espécies ou variedades, aconselhando aos interessados a consulta das referidas publicações do Fundo de Fomento de Exportação, que descem, inclusive, à apreciação dos mercados por países de importação, meses do ano e preços mensais ou semanais dos mercados.
Quisemos tão-sòmente documentar até onde pode e deve ir a prospecção dos mercados nesta hora de abertura comercial a uma Europa «alargada».
Tudo assentará em procurar e conseguir encontrar, Sr. Presidente, aquelas espécies e variedades que possam satisfazer mais cabalmente a procura efectiva e ou potencial desses mercados externos (e também internos) e estudar a sua adaptação ao clima, ao solo e demais condições de cultura e produção.
Trabalho de investigação e experimentação - tendo em atenção sempre as solicitações da procura, nesta era de interpenetração das sociedade globais e mundialização das economias - estará assim na base de uma acção profícua por uma nova fruticultura nacional. A ela se doou o Prof. Vieira Natividade, fazendo escola em Alcobaça, no trato das pomóideas. Os pomares aí estão a atestar a sua obra, a nova fruticultura portuguesa vai fornecendo, abastecendo os mercados e firmando seus créditos em qualidade e preços, sempre que a organização dos circuitos comerciais se dispõe a colaborar na obra criadora dos agricultores-fruticultores. Há que prosseguir sem desânimo, renovando, actualizando, alargando o âmbito de intervenção a outras espécies, como se apresta a cumprir a «estação» de citricultura de Palmela-Setúbal ou a nova escola da viticultura nacional.
Os resultados da investigação e experimentação não podem confinar-se apenas ao seio dos laboratórios ou campos experimentais, terão de tresvazar para avida e projectar-se no exterior agrário se quiserem ser úteis à sociedade e economia portuguesas.
Importa, assim, multiplicar-se (viveiristas particulares? «estações» de melhoramento ou cultura? novas estruturas orgânico-comerciais do sector público ou com participação privada?), divulgar conhecimentos e cultivares mais recomendáveis para uma renovada fruticultura, programar as novas zonas produtoras ou a reconversão das tradicionais, fomentar a cultura, vulgarizar modernas e mais produtivas técnicas culturais, organizar os circuitos, equipamentos e estruturas de funcionamento da armazenagem - conservação, comercialização, industrialização, exportação - em toda esta e demais matéria, talvez que um instituto da fruta (e eventualmente dos produtos hortícolas) pudesse ter cabimento, agora que se iniciou a reforma dos organismos de coordenação económica.
Retenhamos alguns exemplos mais. São bem instrutivos os casos:
Morangos. - O segredo por detrás do êxito recentemente conseguido pelos italianos (na exportação de morangos) consiste em pequenas unidades, de produção altamente eficiente, e nas cooperativas de transporte locais, equipadas com camiões-frigoríficos de alta velocidade.
Laranjas. - Não há dúvida de que as vendas organizadas e centralizadas das laranjas israelitas e marroquinas ajudaram aqueles países a competir com os exportadores espanhóis, que se encontram divididos (...).
Todas as citrinas israelitas são negociadas pelo Citrus Marketing Board of Israel e a colheita, em conjunto, está a cargo de cinquenta grandes centrais de embalagem. O amadurecimento artificial tem sido utilizado para aumentar o número de laranjas durante o período de Novembro e Dezembro. A estação tem também sido alongada com o uso de armazéns frigoríficos. O objectivo é colocar nos mercados (da Europa como do resto do mundo) laranjas israelitas, desde o princípio de Novembro até meados de Julho. Publicidade na televisão e nos jornais tem sido usada para aumentar a procura israelita. Os resultados são conhecidos.
Mas a inversa também se verifica, quando se não atende aos «sinais dos tempos» e se não tem uma visão suficientemente prospectiva das necessidades e curso