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31 DE JANEIRO DE 1973 4457

dos acontecimentos a mais longo prazo que o imediato. Assim:
Laranjas. - As exportações italianas (...) parecem ir perdendo terreno (no próprio Mercado Comum, a que de pleno direito pertencem), resultando de «estarem a perder a preferência do consumidor, além de o comércio em geral não apreciar a má embalagem e a ineficaz política de mercado, que parece caracterizar as exportações italianas destes produtos (...), a maior parte dos produtores funciona em pequena escala e com plantações antigas (...), os custos de produção são muito elevados (.. )
Limões. - A recente evolução do mercado suíço, junta à situação verificada na Alemanha, fornece um bom quadro dos pontos fortes e fracos da produção italiana de limões (...), 93 por cento são da variedade Limoni (.. ) Este limão, de pele rugosa, está a perder terreno na preferência do consumidor a favor do melhor aspecto dos limões espanhóis. As principais dificuldades enfrentadas pelos italianos são, em primeiro lugar, a pequenez das unidades de produção e, em segundo lugar, a quantidade de pequenos exportadores empenhados no seu comércio. A velhice de muitos pomares de limoeiros e os altos custos de produção contribuem para agravar a situação.
Em contrapartida, no domínio de uma outra fruta que não há muitos anos se desconhecia:
Toranjas. - Apesar do considerável aumento registado nestes últimos anos (...), foi a falta de abastecimento, e não a falta de procura, que impediu um aumento maior no consumo. A toranja faz hoje parte do pequeno almoço britânico, sendo também muito usada como hors-d'oeuvre dos almoços e jantares dos restaurantes. A razão da popularidade da toranja é, em parte, devida ao facto de ser incluída em muitas dietas de emagrecimento e também à promoção engenhosa feita por organizações de exportadores israelitas e sul-africanos. Não há indícios de a procura vir a baixar. Bem faz Moçambique em expandir a sua cultura e começar a aparecer com produções nos grandes mercados europeus.
Mas não é apenas, Sr. Presidente, o consumo externo que deve contar para a organização de uma nova fruticultura nacional.
O consumo interno não pode nem deve ser menosprezado. A elevação do nível de vida, a própria procura determinada pelo afluxo incessante dos turistas, as exigências da industrialização da fruta, virão a determinar novas exigências, acrescidas necessidades.
Será sobretudo fora da estação «normal» (no hemisfério norte) das grandes afluências, no cedo ou no tarde, sobretudo no primeiro, que as altas cotações de preços se afirmam nos mercados internos e externos, qualquer que seja a espécie considerada.
Não documentaremos como largamente o poderíamos fazer.
Lembraremos apenas a extraordinária situação geográfica dos territórios ultramarinos insertos em outro contexto mundial e sujeitos a outros climas e «estações» culturais que poderão vir complementar as ofertas e procuras geradas no hemisfério norte. Saibamos aproveitar as oportunidades - como nos cumpre e é dever-, especializando culturas, dominando cultivos.
É tempo de procurar o fecho das considerações..
Não basta produzir, importa transportar dos locais de produção ou armazenagem aos centros de consumo, isto é, aos grandes mercados por grosso ou a retalho.
O êxito do programa de exportação dependerá largamente da disponibilidade e utilização eficaz das formas menos dispendiosas de transporte (...). Desde que as taxas da I. A. T. A. de 8$-9$ por quilograma sejam aplicadas, os serviços aéreos regulares poderão constituir um eficaz meio de transporte para produtos de alto valor. Na maior parte dos casos, concebemos o transporte como podendo ser efectuado por linha férrea ou estrada (em alguns casos por via marítima). A fim de manter a qualidade de produtos altamente frágeis, será necessário utilizar transporte e armazenagem refrigerados.
Os Transportes Aéreos Portugueses começam a apetrechar-se também para a hora europeia. Concedamos ao pessoal a atenção que é devida aos equipamentos em fase de renovação.
Também a embalagem é fundamental, havendo de reconhecer-se que, embora estejam a ser feitas tentativas para uniformizar as dimensões e material, continua a ser importante o papel desempenhado pela apresentação e acondicionamento do produto na procura dos mercados consumidores.
A disponibilidade de matérias-primas para embalagem, e baratas, pode determinar o seu uso, sendo a madeira, aliás, tradicional na exportação portuguesa, por oferecer uma adequada protecção aos produtos. Mas compreende-se que, no caso de frete aéreo ou de bens altamente sensíveis (morangos, etc.), os recipientes de plástico ou fibra possam ser mais económicos ou recomendáveis.
Natural é ainda que futuramente aumente a quantidade de produtos a serem exportados pré-embalados individualmente, mas nisto, como no demais, deverá atender-se às indicações facultadas pelos importadores dos países de destino.
Atenção terá de ser concedida igualmente aos canais de distribuição e às práticas dos mercados para a organização de futuras campanhas de promoção.
Divergem de país para país, e acentuadamente, por vezes, as estruturas do aparelho comercial.
No Reino Unido, por exemplo, as maiores cadeias de supermercados compram quase toda a fruta e legumes frescos importados através de um reduzido número de importadores, aliás recenseados nessa publicação, pelo menos os mais importantes - tais se encarregam da distribuição frequentemente a nível nacional e da pré-embalagem que os países exportadores não façam, incorporando serviços que bem poderiam servir a valorizar economias menos desenvolvidas. Na Suíça os supermercados começam a afirmar-se como importadores por sua conta e risco.
No comércio de distribuição nem sempre serão os maiores grossistas que oferecem o melhor serviço; o pequeno importador, tentando a sua sorte e querendo afirmar-se, poderá em alguns casos fornecer melhores e mais competitivas vias de penetração nos mercados. Donde a extraordinária importância das indicações colhidas localmente pelos nossos exportadores, partidos à «conquista» económica da Europa em missões comerciais promovidas pelo Fundo de Fomento de Exportação.
Actualmente a actividade e as despesas de promoção de produtos horto-frutícolas em fresco em toda a Europa são muito limitadas, como se compreende.