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3034 I SÉRIE - NÚMERO 80

integral de todas as suas potencialidades - madeira, resina, caprinicultura, agricultura, piscicultura, caça, turismo, protecção eficaz contra incêndios, etc...
Para toda esta vasta zona florestal, que inclui os concelhos da Sertã, Vila de Rei, Mação, Oleiros, Proença-a-Nova, existe um programa de desenvolvimento, que prevê o investimento de 2 500 000 contos durante os próximos dez anos, assim como existe um programa de desenvolvimento para a zona de Gouveia, que prevê o investimento de 2 200 000 contos. Se considerarmos o total da CEE, do Estado e das contribuições dos agricultores, as importâncias referidas nos dois programas totalizam 4,7 milhões de contos nos dez anos de duração dos programas, dos quais 2 700 000 contos representarão a reentrada no País da nossa contribuição para o orçamento comunitário.
Se não soubermos aproveitar, em tempo útil, estas possibildades é evidente que nos transformaremos em contribuintes líquidos.
Será que os actuais dirigentes políticos estão conscientes de que, com as suas incapacidades ou desinteresses estão a obrigar os agricultores, de uma zona altamente deprimida, a contribuírem para ainda um maior desenvolvimento dos seus parceiros da Europa desenvolvida! Onde está a eficácia da governação de que todos os dias ouvimos falar?
Para além destes estudos, é necessário completar e promover o desenvolvimento do regadio de Idanha-a-Nova, iniciado há mais de 30 anos e ainda não terminado, o da Cova da Beira, que apesar de todos os investimentos promovidos e até alguns já realizados, não possui ainda um plano de acção global que permita um programa de desenvolvimento.
Não se promove também o estudo necessário à reestruturação e reconversão do olival, de que a zona da Beira Baixa é muito rica.
Para o desenvolvimento de todos os projectos torna-se ainda necessário pôr em funcionamento eficaz os serviços de extensão rural que devem actuar, como primeira prioridade, no desenvolvimento de um esquema de enquadramento associativo dos agricultores.
Os agricultores da Beira queixam-se de que nada está a ser implementado e olham com apreensão o seu futuro. Se o responsável pela Direcção Regional da Agricultura da Beira Interior não se interessa pelo desenvolvimento da nossa região ou não é capaz de dinamizar as acções para a elaboração e execução dos programas necessários ao desenvolvimento será melhor dar lugar a técnicos interessados no nosso desenvolvimento e que sejam capazes de dinamizar as acções necessárias. Se tal não acontece arriscamo-nos a perder ou a gastar improdutivamente os 12 000 000 de contos do fundo da CEE atribuídos à nossa região.

Aplausos do PRD, do PS e do PCP.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Marques Mendes.

O Sr. Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Está ainda bem viva na retina da maioria dos portugueses, mesmo daqueles que nem são grandes apaixonados do futebol, a humilhante derrota sofrida há dias pela selecção de futebol de Portugal frente à sua congénere de Marrocos, derrota que acabou por ser o culminar de todo um processo eivado de peripécias.
Não nos surpreende que apareçam uns tantos a dizer que quem teve a culpa foram os jogadores, enquanto outros a atribuem à equipa técnica e outros dizem que ela cabe por inteiro à direcção da Federação Portuguesa de Futebol.
Aos primeiros, face às conhecidas e tão discutidas posições que assumiram, quando já no México, ou a declarações que prestaram; à segunda, porque não escolheu os melhores jogadores, porque não apresentou a equipa adequada ou porque não adoptou as tácticas que se impunham; à terceira, porque não foi dialogante, permanecendo numa posição de grande radicalismo perante as reivindicações dos jogadores, ou porque não soube adoptar as condutas mais ajustadas às circunstâncias.
A par disto, também já começam a surgir uns tantos a descortinar desculpas para o desaire, sem esquecer até o árbitro do último jogo - que, sendo irlandês e tendo a Inglaterra interesse no resultado desse jogo, não actuou com isenção - porque nem assinalou, a poucos minutos do início da segunda parte, uma grande penalidade contra os marroquinos por falta sobre Sousa, dentro da grande área.
Enfim, de tudo isto, e muito mais, se vai ter ainda de ouvir e de ler muito, e durante bastante tempo.
Tenho para mim que as referidas desculpas não constituem razão bastante ou suficiente para justificar o que sucedeu no México com a equipa portuguesa.
E direi mesmo que o que aí se viu poderá ter sido, se é que não foi, a parte visível de algo muito mais sério.
As razões são necessariamente mais profundas, impondo-se que os poderes públicos - especialmente o Ministério da Educação e Cultura - que contribuíram com o dinheiro de todos nós no correcto apoio à selecção, tendo em vista o dever que a esta cabia de representar condignamente o País, actuem rápida e energicamente no sentido do apuramento de todas as causas e razões, tornando-as conhecidas dos Portugueses, e adoptando de pronto e sem tibiezas todas as medidas que se impuserem.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - E quando dizemos selecção não nos referimos apenas aos jogadores que se deslocaram ao México, mas a todos quantos os acompanharam e a quem, de perto ou de longe, tem a ver com tudo quanto à selecção das quinas diz respeito.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Diz o nosso povo, e com razão, que não há fumo sem fogo. Por isso, quando os jogadores tomam a posição que tomaram, fora de tempo e a rondar a chantagem, algo terá existido que carece ser devidamente apurado e explicado aos Portugueses.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Quando dirigentes e jogadores, coabitando no mesmo hotel, se ignoram, numa demonstração de que homens que devem estar irmanados em servir a mesma causa não são capazes de se comportar como tal, revelando um desinteresse pela causa comum que aí os levou, quando técnicos actuam - ou, pelo