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3 DE ABRIL DR 1990 2077

tos humanos na Palestina. No mundo de hoje, mais do que nunca, afigura-se desprovido de razão que seja negada ao povo da Palestina a sua pátria ou o direito de determinar o seu próprio destino.
Na nossa aldeia global, há alguns problemas que podem fazer regredir a humanidade, apesar da tendência generalizada para um abrandamento de tensões e uma propagação da democracia à nossa volta. O grande fosso entre o Norte e o Sul não pode continuar a ser ignorado por muito mais tempo, sem repercussões explosivas.
A Europa estará provavelmente bem colocada para persuadir os países ricos do Mundo de que um diálogo verdadeiro com o vasto, carenciado dois terços da humanidade, chamado «Sul» tem de começar rapidamente. Nós, na Índia, vemos com satisfação que, dentro da Europa, a voz de Portugal, ele próprio carenciado e vulnerável a diferentes tipos de pressão económica, seja ouvida com atenção e respeito. Todos atribuímos importância ao Uruguay Round; temos fé em que a sagacidade dos nossos amigos do mundo desenvolvido os tornará sensíveis aos problemas dos países em vias de desenvolvimento, de modo que, em nome da reciprocidade, não sejam impostas condições onerosas como preço para o livre acesso aos bens dos mercados ricos.
A Índia tem vindo a defender, de há muitos anos a esta parte, uma total e integral eliminação das armas nucleares. Os recentes acontecimentos na Europa trazem-nos a esperança de que a era dos pactos militares e dos arsenais nucleares pode, efectivamente, ser substituída por uma atmosfera de confiança. Verificamos que um grande número de ideias estilo a ser discutidas num novo enquadramento de segurança e cooperaçâo. Fossem quais fossem as justificações que existiram no passado para a ameaça nuclear ou para os palcos militares, deixaram de ter validade no contexto do mundo em transformação. Esta é uma oportunidade histórica para o mundo de caminhar rapidamente para a total eliminação dos arsenais nucleares e para um desarmamento total e integral, de modo que as poupanças possam ser desviadas para o enriquecimento da vida humana. Se esta oportunidade não for agarrada, pode levar a uma regressão que conduzirá a uma impiedosa corrida ao armamento, tensões e eventualmente a destruição da própria espécie humana.
A Índia e Portugal representam forças que desejam dedicar-se à causa de um mundo melhor, que se preocupam com a dignidade humana, que estão empenhadas num percurso da vida democrática e que respeitam a dimensão da personalidade humana que simboliza a criatividade, a civilização e a cultura.
Para nós, a paz, não é um slogan sem sentido ou um desejo ilusório: é uma necessidade urgente. Sem ela o futuro dos povos livres do mundo corre um grande perigo. Estamos unidos pelo legado da História e também pelas aspirações comuns aos nossos povos de um futuro melhor. Estou confiante em que trabalharemos em conjunto para tornar o nosso sonho em realidade.
Não sou profeta para prever o futuro. Mas... se, como um estudante de História, alguma previsão pode ser feita, acredito que as tendências e os acontecimentos mundiais actuais apontam claramente para um novo mundo de felicidade e prosperidade humanas, desde quo a geração presente enverede pelo caminho certo na encruzilhada em que nos encontramos.
Sr. Presidente, agradeço-lhe, bem como aos distintos Srs. Deputados desta Assembleia, a oportunidade de partilhar estes pensamentos convosco.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, declaro encerrada a sessão.

Eram 17 horas e 55 minutos.

A Banda da Guarda Nacional Republicana executou de novo os dois hinos nacionais.

Realizou-se então o cortejo de saída, composto pelas mesmas individualidades do de entrada, tendo o Sr. Presidente da União Indiana, o Sr. Presidente da República e o Sr. Presidente da Assembleia da República saudado o corpo diplomático com uma vénia, ao passarem diante da tribuna.

Entraram durante a sessão os seguintes Srs. Deputados:

Partido Social-Democrata (PPD/PSD):

Vítor Pereira Crespo.

Partido Socialista (PS):

José Carlos P. Basto da Mota Torres.

Partido Comunista Português (PCP):

José Manuel Santos Magalhães.

Faltaram à sessão os seguintes Srs. Deputados:

Partido Social-Democrata (PPD/PSD):

Abílio de Mesquita Araújo Guedes.
Adérito Manuel Soares Campos.
Álvaro Cordeiro Dâmaso.
Álvaro José Martins Viegas.
Álvaro José Rodrigues Carvalho.
Amândio Santa Cruz Basto Oliveira.
António Augusto Lacerda de Queirós.
António Jorge Santos Pereira.
António José Caeiro da Mota Veiga.
António Manuel Lopes Tavares.
António Maria Oliveira de Matos.
António Maria Pereira.
António Sérgio Barbosa de Azevedo.
Armando de Carvalho Guerreiro da Cunha.
Armando Lopes Correia Cosia.
Arnaldo Ângelo Brito Lhamas.
Carlos Manuel Duarte Oliveira.
Carlos Manuel Oliveira da Silva.
Carlos Manuel Pereira Baptista.
Cristóvão Guerreiro Norte.
Eduardo Alfredo de Carvalho P. da Silva.
Ercília Domingues M. P. Ribeiro da Silva.
Evaristo de Almeida Guerra de Oliveira.
Fernando Dias de Carvalho Conceição.
Filipe Manuel Silva Abreu.
Flausino José Pereira da Silva.
Francisco Antunes da Silva.
Gilberto Parca Madaíl.
Guido Orlando de Freitas Rodrigues.
Guilherme Henrique V. Rodrigues da Silva.
Henrique Nascimento Rodrigues.
Jaime Carlos Maria Soares.
João José da Silva Maçãs.
João Maria Ferreira Teixeira.
José Alberto Puig dos Santos Cosia.
José Ângelo Ferreira Correia.