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8 DE JUNHO DE 1995 2733

parência é para todos. Fazemo-lo porque ninguém deve estar dispensado de cumprir as suas obrigações funcionais e os deveres de cidadania.
Há um certo jornalismo insuportavelmente irresponsável, que, em vez de estudar, inventa e, em vez de informar, o que pretende é excitar e atordoar.

Aplausos do PSD.

Fá-lo com base em frases avulsas destes ou daqueles Deputados. Mas se ninguém está dispensado do rigor muito menos os Deputados, nem por isso o pecado de uns legitima o pecado dos demais. Não é eticamente aceitável que se generalize um comportamento ou uma opinião ia partir de um caso, que se atribua ao todo a opinião da parte ou que se anuncie como decisão, nomeadamente da direcção da minha bancada, aquilo que não passa de desejo ou sugestão, aliás, sempre legítima de quem quer que seja.
Não é exacto que, se as novas disposições forem aprovadas, os advogados e outras profissões liberais fiquem praticamente impedidos de serem Deputados. É igualmente inexacto que as novas disposições conduzam necessariamente à funcionalização dos Deputados. Do que se trata é que as pessoas são colocadas perante novas opções e obrigações. O que se quis fazer, e será feito, foi por termo à situação actual caracterizada por uma permissividade, hoje completamente insustentável.
Esse é um serviço sério que se presta às instituições e à democracia e que era imperativo de consciência postar.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sobre esse ponto, não houve divergências no PSD. Por isso, Srs. Deputados, deixem-me que vos diga uma coisa, que tenho de assinalar: há cada vez mais razões para pertencer a um partido como o PS e de sentir orgulho nisso.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Nós somos gente livre e de fibra, como em mais partido nenhum se vê. Discutimos o que temos a discutir. Ninguém está proibido de dizer o que pensa, na certeza de que somos, ao mesmo tempo, fiéis como ninguém ao compromisso com o nosso eleitorado, com os que nos deram a sua confiança, mantendo-nos, por isco, unidos, indestrutivelmente unidos politicamente. Nós discutimos e sabe-se o que pensamos.
E nos partidos da oposição? Salvo o caso excepcional do Sr. Deputado Carlos Candal, estão todos calados como ratos!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Honra seja feita, numa outra vertente, ao Sr. Deputado José Vera Jardim, que veio elogiar sem tibiezas as propostas do PSD e reconhecer publicamente os enormes avanços que elas constituem.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Aliás, ainda é tempo para oferecera-nos ao País um exemplo entusiasmante e mobilizador de consensualidade - ainda é tempo, Srs. Deputados socialistas -, um exemplo de consensualidade e entendimento sobre matérias da maior elevação e nobreza.
Seria bom que a oposição, sobretudo o PS, tivesse a ousadia e o rasgo de se aproximar de nós, como o PSD se aproximou das teses da oposição. Espero que os Srs. Deputados da oposição, nomeadamente os Srs. Deputados socialistas, voltem a pôr em relevo neste debate que nós demos passos para nos aproximarmos de vós Se isso fosse feito mais em relevo, ficaria a vossa abstenção, a vossa intenção, o vosso sectarismo e a vossa manobra política.

Aplausos do PSD.

Srs. Deputados socialistas, passos em direcção a nós sem medos - espero que não tenham medo, mas se o tiverem é de quem, Srs. Deputados socialistas? -, sem complexos. É que se assim não é, que complexos vos inibirão? A vossa modernização, se calhar, é apenas aparente: o verniz a que eu me referia há pouco é novo e de fraca qualidade, estalando muito facilmente.
Gostaria, Srs. Deputados, que hoje aqui se desse o milagre que entusiasmaria o País- um voto por unanimidade!

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - O chamado «milagre do Fernando»!

O Orador: - Um voto por unanimidade, Srs. Deputados da oposição!
Serão os partidos da oposição capazes de dar uma resposta positiva ao apelo do País e dos cidadãos?
Srs. Deputados, ficando nós à espera da resposta dos partidos da oposição, nomeadamente da do Partido Socialista, a esta interrogação, que não é nossa mas, sim, do País e dos cidadãos, não desejaria terminar sem proferir com muita clareza duas palavras.
A primeira é um desafio ao Engenheiro Guterres: responda à questão que lhe foi colocada pelo Dr. Fernando Nogueira. Divulgue a lista dos patrocinadores e contribuintes, directos e indirectos, da sua «Volta a Portugal».

Aplausos do PSD.

Onde arranjou o dinheiro? Quem o financiou? Com que reservas financeiras vai cobrir a sua terceira campanha eleitoral deste ano, depois da primeira que começou há meses, com uma série de painéis gigantes, que já vão numa boa dúzia? Com que meios financeiros?
O Engenheiro Guterres, Srs Deputados, constituiu-se na obrigação moral de divulgar a lista a partir do momento em que lançou o PS em gastos de sucessivas campanhas, que toda a gente sabe atingirem somas desmedidas.

Vozes do PSD: - Muito bem'

O Orador: - O Engenheiro Guterres pode fingir que está desobrigado, pode assobiar à vontade, mas toda a gente está a ver. A cena não é menos flagrante e caricata do que a dos 6 % do PIB! A única diferença é que está a ser mais prolongada.
Quanto mais tempo o Engenheiro Guterres levar a responder ao desafio do Dr. Fernando Nogueira e quanto mais assobiar, mais confrangedora será a sua postura e mais inócuo o seu discurso.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - A transparência - e, se calhar, os Srs. Deputados socialistas não sabem!... - não são só as leis!