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24 DE OUTUBRO DE 1996 155

Termino, Sr. Deputado, renovando as solicitações pela intervenção que fez, mas lamentando totalmente o conteúdo da mesma.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Joaquim Sarmento.

O Sr. Joaquim Sarmento (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado José Cesário, não fico surpreendido com a sua intervenção, porque ela não tem nada a ver com cultura e foi sobre cultura que estivemos a tentar discutir.

O Sr. Baltazar Mendes (PS): - Muito bem!

O Orador: - Foi esse o esforço que desenvolvi na minha intervenção,...

Aplausos do PS.

... no sentido de prestigiar a Assembleia da República e de a transformar no areópago de cultura que é ou, pelo menos, deve ser.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Deputado José Cesário fez apenas chicana política, que devolvo claramente à procedência!
Sr. Deputado, falei da política do Sr. Ministro da Cultura em relação à preservação do património em termos genéricos e referi alguns casos concretos que passam por algum miserabilismo patente na governação do PSD, ao longo de muitos anos.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - O ano de 1995-1996 foi um período de grande tranquilidade positiva que só prestigia o País.
Falei, designadamente, do caso das gravuras rupestres de Foz Côa, do parque arqueológico que foi restaurado e, Sr. Deputado José Cesário, posso acrescentar o seguinte dado concludente: só após a inauguração do parque, no dia 10 de Agosto, mais de 5000 visitantes individuais já passaram por lá, para além das visitas e das viagens de grupo que se devem somar a esse número individual que citei.
Esta é a grande vitória da cultura socialista em Portugal, o que representa, como referi na minha intervenção, a vitória da cultura sobre o betão. Os senhores representaram a política da tecnocracia, da opacidade ideológica - e não diria da ignorância, porque gosto de ser elegante nas palavras. Mas o povo que julgue com os termos mais populares que entender por convenientes.
No entanto, Sr. Deputado José Cesário, em relação ao distrito de Viseu, pelo qual ambos fomos eleitos, tenho de avivar-lhe a memória e, para além do restauro do Convento de S. João de Tarouca e dos Conventos de Ferreirim e de Salzedas, falar-lhe no anúncio feito pelo Sr. Ministro da Cultura, que V. Ex.ª não desconhece, em relação ao projecto de remodelação do Museu Grão Vasco, da intervenção na sede de Viseu,...

Vozes do PS: - E esta!

O Orador:-... do contributo para a viabilização do Conservatório de Música Azeredo Perdigão e...

Vozes do PS: - Bem lembrado!

O Orador: - ... do centro cultural distrital que se encontra numa situação financeira de falência.
Sr. Deputado José Cesário, só estes dados comprovam e expressam a vossa incúria e negligência no que diz respeito à política cultural, não só a nível nacional como a nível distrital.

O Sr. Presidente: - Queira abreviar, Sr. Deputado.

O Orador: - Termino já, Sr. Presidente.
Gostaria que este fosse um debate de ideias, de valores e de convicções e que, efectivamente, definíssemos um ideário, porque aquilo que o Presidente do seu partido fez, durante muitos anos, foi provar à sociedade, sem glória e sem proveito, que não existem ideias, nem valores e que só devemos pugnar e zelar pelo triunfo e pela competição do dinheiro. Repudiamos essa política porque estamos com o primado do homem e da cultura.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para exercer o direito regimental de defesa da consideração pessoal, tem a palavra o Sr. Deputado José Cesário.

O Sr. José Cesário (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Joaquim Sarmento, julgo que é a primeira vez que uso esta figura nesta Casa, mas vejo-me obrigado a isso, em virtude dos termos usados pelo Sr. Deputado na resposta ao meu pedido de esclarecimento.
Também desejaria que este fosse um debate de ideias e de valores, mas é profundamente lamentável ouvir o Sr. Deputado dizer que o meu pedido de esclarecimento não teve nada a ver com cultura. Digo-lhe mais: como o Sr. Deputado foi meu professor, tudo o que possa aqui fazer tem a ver, com certeza, com o exemplo que o senhor me transmitiu.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. José Junqueiro (PS): - Só quer dizer que o Sr. Deputado foi mau aluno!

O Orador: - E não basta referir aqui exemplos, porventura positivos, da passagem do Sr. Ministro da Cultura por Viseu. Recordo-lhe, aliás, uma cena caricata, que foi a de ver o Sr. Ministro desafiar a Câmara de Viseu para uma candidatura de algo que já tinha sido aprovado no próprio ministério que ele tutela. Francamente, Sr. Deputado!
Lembre-se também das distracções dos membros do Governo, do Governo que o Sr. Deputado aqui vem enaltecer!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, tem a palavra o Sr. Deputado Joaquim Sarmento.

O Sr. Joaquim Sarmento (PS): - Sr. Presidente, chego à conclusão de que o Sr. Deputado José Cesário foi um mau aluno, não aprendeu bem a lição!

Aplausos do PS.