O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

0287 | I Série - Número 006 | 02 de Outubro de 2003

 

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado José Magalhães, não sei que lhe diga, porque não foi muito substancial a sua crítica.

O Sr. José Magalhães (PS): - Não? Responda às minhas questões!

O Orador: - De resto, chamo a atenção para o facto de haver uma contradição óbvia a que o Sr. Deputado não escapa. Por muitas palavras que vá dizendo, não escapa à contradição óbvia daquilo que o PS pensa do CDS-PP, do seu Congresso e do que é hoje o CDS-PP.
Repare só, Sr. Deputado José Magalhães, se me quiser ouvir só um bocadinho, coisa que eu sei que, no seu caso, é particularmente difícil, …

Risos do CDS-PP e do PSD.

… na contradição fundamental que existe entre aquilo que o Sr. Deputado acaba de dizer, aqui e agora, e aquilo que foi dito pelo secretário-geral do seu partido no discurso de início dos trabalhos do ano político.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Exactamente!

O Orador: - Disse o Sr. Dr. Ferro Rodrigues: "Cuidado, há aí o fantasma da direita, perigosa, radical, a tomar conta do Governo. Cuidado que o CDS-PP manda em tudo; o PSD vai a reboque do CDS-PP". Este é o discurso Ferro Rodrigues, do PS. O discurso José Magalhães, do PS é: "O CDS-PP não manda nada; o CDS-PP não existe; o CDS-PP vai a reboque do PSD; o CDS-PP é a muleta do PSD". Entendam-se!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. José Magalhães (PS): - São as duas coisas!

O Orador: - Não é possível ser as duas coisas ao mesmo tempo, ainda que elas tenham uma ideia comum. É a trigésima milionésima tentativa tosca que fazem para causar divisões na maioria, e não vão lá, porque o nosso critério é o interesse nacional.

Vozes do CDS-PP e do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar, o Sr. Deputado diz: "Não querem ir a votos, têm muito medo de ir a votos". Sr. Deputado, há uma única crítica que não pode ser fazer ao meu partido e que é muito injusta. Lembra-se das circunstâncias em que o meu partido foi a votos nas eleições europeias? Lembra-se de como o meu partido, e o seu líder, se "atravessou" nas eleições autárquicas? Sabe que nós disputámos as últimas eleições legislativas com o Dr. Carlos Carvalhas (com o qual não havia problema), com o Dr. Ferro Rodrigues (menos mal!) e também com o Dr. Durão Barroso, que era um candidato fortíssimo, tanto que hoje é Primeiro-Ministro?

O Sr. José Magalhães (PS): - Mas isso foi no passado!

O Orador: - Nunca tivemos medo de ir a votos. Chegámos de direito próprio e subimos a pulso!

O Sr. José Magalhães (PS): - Têm medo do futuro!

O Orador: - A questão não é essa. Hoje, como no passado, não temos medo de ir a votos. Mas o que os senhores queriam era ver os dois partidos da maioria divididos, cada um por seu lado, irem a votos.

Vozes do CDS-PP e do PSD: - Exactamente!

O Orador: - Sabia-lhes deliciosamente, mas não vão ter essa sorte, porque estamos a reformar o País juntos, o nosso critério é o interesse nacional e a nossa prioridade é irmos juntos às próximas eleições.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Por último, pergunta-me o que é que é ser politicamente incorrecto. Eu digo-lhe, Sr. Deputado: ser politicamente incorrecto é ter a coragem de defender a política do Governo - sublinho, do Governo - sobre imigração.