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0284 | I Série - Número 006 | 02 de Outubro de 2003

 

Vozes do CDS-PP e do PSD: - Muito bem!

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - É a infelicidade do País!

O Orador: - Era isto, basicamente, o que queria dizer-lhe, Sr. Deputado, agradecendo as suas palavras e aproveitando a oportunidade para, com inteira justiça, em meu nome pessoal e em nome do meu grupo parlamentar, dizer que V. Ex.ª, Sr. Deputado, pelas provas de frontalidade e de lealdade que tem dado, é bem o exemplo disso, que apreciamos imenso o trabalho que aqui, no Parlamento, temos feito consigo e que V. Ex.ª é, certamente, um esteio desta maioria e desta coligação.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Telmo Correia, os comentadores políticos, esses horrendos arautos do politicamente correcto, cometeram uma injustiça para com o Congresso do CDS-PP. Disseram que era um congresso vazio, disseram, por exemplo, que sendo um congresso que trata da história, esqueceu-se de todos os presidentes que já dirigiram ao CDS-PP,…

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - É verdade!

O Orador: - … como se Paulo Portas fosse presidente desde os idos de 1975.
O Sr. Deputado recordou-nos, e bem, que tem um partido que lembra a história e por isso passou uma reprimenda ao PSD por ter aprovado uma Constituição marxista-leninista em 1976.

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Muito bem!

O Orador: - Disseram também que foi um congresso vazio, mas, pelo contrário, foi um congresso cheio de sentido de humor. Para desvalorizar a figura de Manuel Monteiro, quiseram compará-lo com o futebolista Deco, o que é, certamente, uma prova de grande sensibilidade estratégica.
Sr. Deputado, o Congresso tratou de uma questão seríssima: de dizer que o tumor da democracia portuguesa foi a descolonização, o fim do império colonial.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Nada disso!

O Orador: - É claro que o seu presidente acrescentou logo aquela frase sibilina de quem não tem coragem de assumir uma posição política: "Não foi a descolonização, foi a forma como ela foi feita". Não tendo coragem para dizer o que querem, procuram piscar o olho sem assumir a posição política. Mas qual era a forma de fazer a descolonização? Quando as tropas do apartheid sul-africano "cavalgavam" sobre Luanda e com eles, e atrás deles, estavam as tropas do FNLA e da UNITA, qual era a forma de fazer a descolonização? Quando se impunha acabar com o império ultramarino da ditadura, de que outra forma se faria a descolonização senão reconhecendo as resoluções das Nações Unidas sobre o direito à autodeterminação e à independência?
Sr. Deputado, há algo que nos distingue.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Ainda bem!

O Orador: - Entre a direita reaccionária de sempre e a esquerda que a ela sempre se opôs, há uma cultura que nos separa. Já em 1871, no século XIX, Antero de Quental lhes dizia que "a causa de decadência deste país começa por ser o império ultramarino". E Eça de Queirós gozava com os senhores, dizendo que "os colonizadores esperam sempre que, a troco de governadores, venham bananas do império colonial".

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - O que para aí vai de disparates!

O Orador: - Não vieram bananas, vieram guerras, veio sangue, veio a opressão. Isso é que é a colonização! E não há duas formas de fazer a descolonização, só há uma: respeitar o direito dos povos colonizados ou agredi-los, atacá-los e metralhá-los. E para isso, Sr. Deputado, foi preciso uma ditadura.
Talvez também nessa matéria o seu partido pudesse pensar a História.

Aplausos do BE.