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0283 | I Série - Número 006 | 02 de Outubro de 2003

 

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Guilherme Silva.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Telmo Correia, antes de mais, quero, na pessoa de V. Ex.ª, saudar todo o seu partido, nomeadamente o seu presidente, pela forma elevada como decorreu o Congresso do CDS-PP.
Não deixa de ser significativo que um partido que pertence a um Governo de coligação realize, nesta ocasião, um congresso que decorre da forma como decorreu o Congresso do CDS-PP. Isso significa que há uma identificação entre os dirigentes do CDS-PP e as suas bases, e entre as suas bases e os seus dirigentes, na opção de, por Portugal, estar nesta coligação de Governo, nesta coligação de poder, a realizar as reformas que junto estamos a fazer pelo País.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Sabemos que esta nossa coesão, esta estabilidade entre nós e que transmitimos ao País incomoda os nossos adversários.

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - E de que maneira!

O Orador: - Tem-se visto os seus ataques soezes a esta unidade, tem-se visto as reacções que tiveram ao próprio Congresso, mas é tempo de perceberem que não estamos numa coligação político-partidária de táctica ocasional, como resultou, aliás, da mensagem que o presidente do meu partido dirigiu ao seu Congresso. Diria mesmo que o exemplo dos presidentes do seu e do meu partido, no sentido de terem sido capazes de pôr à margem divergências ou, eventualmente, situações de menor entendimento no passado, em termos de um projecto para Portugal, vai ficar na nossa História.

O Sr. José Magalhães (PS): - Ó se vai!

O Orador: - É preciso que se saiba que estamos - e com toda a disponibilidade para os combates que se aproximam - numa coligação que ultrapassa muito a coligação de governo ocasional. É uma coligação pela modernização do País, é uma coligação por Portugal!
Sr. Deputado Telmo Correia, esteja completamente à vontade porque o PSD e o seu grupo parlamentar estão nesta mesma linha, que é aquela que os presidentes dos dois partidos interpretam e transmitem ao País. É em estabilidade, é em harmonia, é pelo País que temos de fazer este esforço, e vamos continuar a fazê-lo! Demos provas da nossa capacidade; o futuro é nosso!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Guilherme Silva, em primeiro lugar, quero, tranquilamente, agradecer as saudações e as palavras que dirigiu ao meu grupo parlamentar, e logicamente ao meu partido, relativamente ao Congresso realizado.
Sr. Deputado, não foi por acaso que, neste Congresso, escolhemos invocar aquele que é a nossa figura histórica de referência e que foi um dos grandes protagonistas da primeira Aliança Democrática. Fizemo-lo porque acreditamos sinceramente que, tal como a primeira Aliança Democrática não era um simples projecto de gestão, era um projecto de ruptura do País com um determinado modelo, de ruptura com a imposição do socialismo, também esta maioria de que fazemos parte não é um mero projecto de gestão.
Não estamos aqui para gerir os prejuízos que outros deixaram ao País, estamos aqui para mudar o País, para fazer reformas. Penso que é possível controlar os gastos e fazer reformas, o que eu não sei é como seria possível, descontrolando os gastos, reformar o que quer que fosse.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Não estão a reformar nada nem a controlar os gastos!

O Orador: - Essa é a nossa diferença essencial.
Mas quero também dizer-lhe, Sr. Deputado, que, extraordinariamente, com a exaltação própria de quem não tem razão, os comentadores e a oposição passaram meses a fio a dizer: "Não se vão entender, vão zangar-se", "A coligação vai ser uma confusão", "Paulo Portas com José Manuel Durão Barroso? Impossível!". "Grupos parlamentares que discutiam há pouco tempo atrás? Impensável!"
O que aconteceu foi exactamente o contrário. Hoje, a notícia é: "O CDS-PP não é um problema", "O CDS-PP e o PSD dão-se bem", e deve ser aí que está o grande problema!