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4922 | I Série - Número 089 | 20 de Maio de 2004

 

um adjectivo nisto! Lembrou-se, saiu-lhe bem, foi feliz, foi engraçado, mas é mentira!
A política deste Governo é uma política impiedosa sobre os mais pobres e é por isso que têm de insultar a oposição. Estão convencidos que a oposição recuará se lhe disserem "calem-se ou aplaudam", que é o que estão sempre a repetir.
Não nos calamos, não aplaudimos e estamos aqui mandatados para criticar o Governo, sobretudo na sua política social e na sua política económica, que é a tragédia de Portugal!

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Sr. Deputado Francisco Louçã, acabou também de fazer, substancialmente, uma nova intervenção.
Nos mesmos termos, tem a palavra, para dar explicações, o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: - Muito obrigado, Sr.ª Presidente. Agradeço também, particularmente, ao Sr. Deputado Francisco Louçã esta intervenção que acaba de fazer.
Se me permite, gostaria de deixar uma nota prévia. Quanto à questão do cognome que aqui teve a amabilidade de me atribuir, gosto mais do "Ganda Nóia" - é mais curioso, mais interessante e mais divertido. É uma questão de gostos.

Risos e aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Esse é um bom termo!

O Orador: - Em segundo lugar, Sr. Deputado Francisco Louçã, nada tenho a retirar àquilo que disse na minha intervenção e também não deu argumento algum para o fazer. Constato apenas uma coisa: é que, se tivesse falado depois da intervenção que V. Ex.ª acabou de fazer, talvez tivesse acrescentado que, além da arrogância manifesta e de uma superioridade moral que gosta sempre de evidenciar (que penso que não lhe fica nada bem), agora, ao comentar remodelações, sobre quem sai e quem entra, também se especializou na intriga política. É mais uma conclusão que acabo de tirar.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Penso que a sua intervenção há instantes foi óptima. Sabe porquê, Sr. Deputado? A maior acusação que fiz ao Bloco de Esquerda - não foi um insulto mas uma acusação política, é verdade - foi a de que é vazio de ideias, oco de propostas concretas para os problemas. E o Sr. Deputado agora, nesta sua intervenção, falou de várias coisas, de uma miscelânea de assuntos, voltou a fazer um exercício de megalomania ideológica, mas sem qualquer ideia concreta ou proposta substantiva. É um completo vazio de ideias. O Sr. Deputado nem se deu conta de que, ao falar, estava a dar total razão à acusação que eu tinha feito.
Como o Sr. Deputado Francisco Louçã, pelos vistos, não gosta de adjectivos, vamos, então, aos substantivos, que o mesmo é dizer: vamos à substância.
Quanto ao caso da Galp, de que tanto gosta, há várias semanas atrás o Sr. Deputado fez aqui uma acusação, das mais graves, ao Primeiro-Ministro de Portugal, dizendo que o Governo tinha influenciado ou dado ordens à Caixa Geral de Depósitos para financiar um determinado concorrente. Essa acusação foi desmentida, o Sr. Deputado não apresentou prova alguma e, ao mesmo tempo, não pediu desculpa nem ao Primeiro-Ministro nem a esta Assembleia.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Quem desmentiu?

O Orador: - Sr. Deputado, esse é um exercício de ligeireza e de leviandade. Por isso, concluo dizendo que a sua forma de fazer política é muito curiosa, no sentido de que é a chamada "democracia de casos" - surge aqui um caso, apanha-se um caso, surge ali um factozinho, apanha-se um facto -, mas não há política alguma, rigorosamente nada!
O Sr. Deputado às vezes tem graça, às vezes tem até o seu quê de interesse, mas nos últimos tempos já ultrapassou todos os limites daquilo que considero a democracia sem arrogância. A democracia não se deve exercer com arrogância e, por isso, Sr. Deputado, a continuar por essa linha, mais tarde ou mais