O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

5208 | I Série - Número 094 | 29 de Maio de 2004

 

e dos valores das Letras, que tão bem defendeu nas suas intervenções. E, realmente, como embaixador que foi de Portugal junto da UNESCO, na Índia, na Roménia e na Argentina, privilegiou sempre esse veicular da cultura portuguesa e dos valores da liberdade e da democracia, por que se bateu desde muito novo, tendo sido preso como resistente à ditadura.
Teve sempre uma prestação política e cívica exemplar, desde logo como Deputado à Assembleia Constituinte, depois, mais tarde, como Deputado das III e IV Legislaturas, e também como Ministro da Educação.
Todos temos razões para comungarmos do sentido de pesar que a Assembleia da República vai, com certeza por unanimidade, votar e expressar à sua família.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró.

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Foi também com enorme choque e pesar que li hoje de manhã a notícia do falecimento de um querido amigo, José Augusto Seabra.
O Professor José Augusto Seabra foi um grande homem de cultura, que escreveu, até ao termo da sua vida, prosa e poesia de enorme relevância na cultura portuguesa, tendo desempenhado todos os cargos a que foi chamado com grade brio e competência.
Foi um dos melhores Ministros da Educação, um embaixador que nunca deixou de estudar, por todo o lado por onde passava, a História e a política do país, criando laços de amizade com altas figuras dos países onde se encontrava. Lembro, principalmente, a Índia, onde estive com ele durante bastantes dias, e depois a Roménia. Como filósofo recordo o movimento Nova Renascença, que manteve sempre os folhetos por ele redigidos com enorme dedicação e saber, e os ensaios de crítica literária e comentário político.
Foi Professor ilustre, que honrou a Cátedra onde deu aulas e era um filósofo de modernidade. Mas, acima de tudo, foi um resistente e um democrata de raiz desde os verdes anos da juventude, como foi lembrado pelo Deputado Manuel Alegre.
Deixa um grande vazio no nosso panorama cultural. Faz-nos falta a sua profunda inquietação pelo futuro cultural e político do nosso país e, por isso mesmo, constitui uma grande perda a que o País hoje assiste.
A Assembleia da República cumpre o seu doloroso dever de chorar a morte de um dos seus pares, mas, acima de tudo, em nome do povo português, presta-lhe a homenagem que ele merece. Para a sua família vão as nossas condolências pessoais e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Foi com surpresa que hoje tomei conhecimento da morte de José Augusto Seabra.
Também eu me quero associar inteiramente a este voto de pesar, que lembra um homem comprometido na luta pela liberdade, um cidadão activo contra a ditadura, um democrata, alguém cuja intervenção cívica e política depois do 25 de Abril, como Deputado na Assembleia da República, como catedrático e como diplomata, teve sempre a preocupação de valorizar e defender, no mundo, a nossa cultura.
É a esse homem, a um tempo democrata e resistente à ditadura e homem de cultura em todos os momentos em que exerceu, de forma exemplar, a sua intervenção política ou cívica, é a esse homem que hoje parte que quero prestar homenagem, em nome do Partido Ecologista Os Verdes.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Parlamento soube com surpresa do desaparecimento do Professor José Augusto Seabra.
Antifascista e coerente com as suas próprias opiniões, escolheu o seu caminho e manteve-se sempre fiel aos seus princípios essenciais. Homem de letras, foi crítico, como não podia deixar de ser.
Nas últimas décadas, foi discreto na política, tanto quanto continuou entusiasmado nas suas grandes causas da cultura.
Por isso mesmo, ao seu partido - o PSD -, aos seus amigos e à sua família, antes de tudo, endereço as sentidas condolências do Bloco de Esquerda.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Luísa Mesquita.

A Sr.ª Luísa Mesquita (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Infelizmente, não foi com surpresa que tive conhecimento da morte de José Augusto Seabra, pois sabia-o há tempo doente, independentemente