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5656 | I Série - Número 105 | 09 de Julho de 2004

 

de reumatologia, nos quais é possível ter acesso à medicação como os imunosupressores, os imunomoduladores ou os corticoesteroides, que constituem a tríade fundamental nesta terapêutica.
Atento aos progressos científicos da terapêutica desta doença e assumindo aqui o dever de proporcionar aos nossos concidadãos a bondade dos melhores e mais modernos tratamentos, registamos com apreço o trabalho efectuado pelo INFARMED na avaliação rigorosa dos medicamentos, que é um passo prévio ao circuito comercial.
A meu ver, cabe aqui também uma palavra de muito apreço pelo labor desinteressado e pela dedicação de quantos, voluntariamente, se têm multiplicado em acções na defesa legítima dos direitos dos doentes e da conquista do seu bem-estar, como é o exemplo generoso da ANDAR - Associação Nacional dos Doentes com Artrite.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o tempo de que dispunha esgotou-se.

O Orador: - Vou terminar, Sr. Presidente.
É necessário, com celeridade, continuar a dar a estes doentes afectados pela artrite reumatóide o apoio na sua dor e no seu sofrimento para que não se sintam discriminados.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Luísa Portugal.

A Sr.ª Luísa Portugal (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Por iniciativa da ANDAR - Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide, foi apresentada nesta Assembleia uma petição subscrita por cerca de 8000 cidadãos, que solicitam o acesso a medicamentos em equidade e igualdade de direitos com outras doenças incapacitantes que já beneficiam de protecção especial consagrada em legislação específica.
Em concreto, pretendem que todos os medicamentos com indicação terapêutica nesta patologia sejam comparticipados a 100%, incluindo os novos medicamentos biológicos, independentemente do local de prescrição e do serviço de saúde em que são atendidos.
A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crónica de causa ainda desconhecida, que afecta mais mulheres do que homens e que tem um efeito evolutivo no sentido da incapacidade se não tratada ou se o seu tratamento for descurado. Se tivermos em atenção que a maioria dos doentes diagnosticados são jovens adultos, percebemos o efeito negativo que pode acontecer na capacidade produtiva dos doentes na sua vida familiar e social, com todo um caudal de dificuldades que pode tornar impossível o seu quotidiano laboral, afectivo e de tarefas da vida diária.
Procurando entender esta doença, dou voz ao Gonçalo, que nos diz: "Aos 25 anos, constatei que me tornara um inválido. Sem forças para estudar ou trabalhar, e sem tratamento eficaz, as perspectivas de futuro reduziram-se a um grande sofrimento físico e mental, à infelicidade e solidão. Um dia, com um novo tratamento, durante as férias, vivi o deslumbramento de poder movimentar-me. Julguei-me vítima de uma ilusão quando vi que a deformação das minhas mãos, dos meus dedos, regredia. Mas era verdade… E eu ressuscitei."
É esta a fotografia tipo do doente com artrite reumatóide: a revolta, o espanto, a labilidade emocional, a incapacidade mas também a esperança. E esta esperança tem que ser real, em muito dependendo de terapêutica precoce e eficaz. Numa relação custo/benefício, podemos dizer que se o custo económico é grande os benefícios gerados são ainda maiores. É desta esperança e nesta esperança que vive a petição que hoje apreciamos.
Sendo uma doença crónica, tem tratamento, mas não tratada de forma precoce e atempada pode levar a uma incapacidade e dependência extremas com custos económicos e sociais de grande importância.
A esperança para estes doentes depende também de uma rede nacional de referenciação hospitalar de reumatologia, que, embora aprovada, aguarda a sua implementação no terreno, acrescentando às dificuldades inerentes à doença de que os mesmos sofrem todas as desigualdades criadas por um planeamento sistematicamente adiado.
Somos sensíveis a todos estes problemas apresentados pelas doenças osteoarticulares no seu conjunto e da artrite reumatóide em particular.
Somos também sensíveis às petições que, da iniciativa dos cidadãos, nos mostram as desigualdades que ainda existem na sociedade, que queremos que seja fraterna e solidária.
Mas também sabemos que a existência de um plano nacional de controlo das doenças reumáticas que comporte a dimensão preventiva, o tratamento e a reabilitação, com um conjunto de equipamentos articulados e com técnicos especializados e sensibilizados, não chega para resolver todos os problemas médicos