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1507 | I Série - Número 036 | 01 de Julho de 2005

 

O Orador: - … mas superior ao previsto no PEC em quase 300 milhões de euros ou seja 60 milhões de contos.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Uma vergonha!

O Orador: - Três valores diferentes para a despesa do Estado, tal como acontece para todas as suas componentes e também para a receita e todas as suas parcelas; tudo isto, em menos de três semanas. São estes os factos!!
E a conclusão, essa, é evidente: entre sexta-feira e terça-feira, ou seja, durante quatro dias, o País assistiu a uma trapalhada política, técnica e contabilística nunca antes vista em Portugal…

Aplausos do PSD.

O Sr. Mota Andrade (PS): - Não apoiado!

O Orador: - … e cujos efeitos negativos sobre a credibilidade e a capacidade da equipa do Ministério das Finanças não se esgotam nestes dias que vivemos. Não, ela perdurará na memória de todos, minando a confiança que tão necessária era para ajudar na recuperação da economia.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - No entanto, o Primeiro-Ministro, no sábado à noite, falava "do fim de um embuste" e dizia que finalmente havia rigor, verdade e transparência orçamental.

O Sr. Henrique Rocha de Freitas (PSD): - Não sabe o que diz!

O Orador: - No entanto, a verdade é que a trapalhada cometida pelo Governo e confirmada por todo o País desmentia as palavras do Primeiro-Ministro: o alegado rigor dava origem a contas erradas; a alegada verdade dava lugar a uma confusão incontornável; a alegada transparência transformava-se numa trapalhada sem precedente nem dimensão - agora sim, um embuste, na verdadeira acepção da palavra!!

Aplausos do PSD.

Em boa verdade, o Primeiro-Ministro perdeu uma boa oportunidade para estar calado - devia ter mais tento na língua e pedir desculpa aos portugueses!

Aplausos do PSD.

Portanto, o desespero instalou-se nas hostes socialistas. E então, aí, preocupado com a situação, o Primeiro-Ministro "tira um coelho da cartola" e decide fazer o referendo sobre o aborto entre as eleições autárquicas e as eleições presidenciais, num período de menos de três meses em que, ainda por cima, há a discussão do Orçamento do Estado para 2006 pelo meio.

O Sr. Henrique Rocha de Freitas (PSD): - São só "trunfos"!…

O Orador: - Ou seja, Srs. Deputados: o Primeiro-Ministro brinca com coisas sérias, usa um tema sério como a questão do aborto como arma de arremesso político e como manobra de diversão para tentar disfarçar a preocupação com a trapalhada orçamental!

Aplausos do PSD.

Mas isso de nada vai adiantar porque o povo português sabe distinguir bem as situações com que é confrontado.
Na verdade, é difícil de entender que, menos de três semanas depois de esta Assembleia, com os votos favoráveis da maioria socialista, ter aprovado o PEC, as semelhanças entre este documento e o orçamento rectificativo se resumam ao mesmo cenário macroeconómico e ao mesmo valor admitido para o défice público deste ano.
Na verdade, em menos de três semanas, a composição do défice, quer ao nível das receitas quer ao nível das despesas, altera-se de tal forma que nem se acredita que foi o mesmo Ministério das Finanças a elaborar o PEC e o orçamento rectificativo.