12 | I Série - Número: 075 | 24 de Abril de 2008
Protestos do PCP.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Atenção a essas comparações!
O Sr. Primeiro-Ministro: — A minha visão do patriotismo — e eu gosto da palavra Pátria! — é a de um patriotismo progressista e também de um patriotismo europeu, porque é aí que se defendem os interesses portugueses.
O Sr. João Oliveira (PCP): — A entregar o país a Bruxelas!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Olhe, Sr. Deputado, não encontro melhores palavras para lhe responder do que as palavras de Eduardo Lourenço.
Vozes do PCP: — E a Constituição?
O Sr. Primeiro-Ministro: — Dizia Eduardo Lourenço: «Ou conseguimos obter os meios de participar, como europeus que somos, ou reinventamos, por conta própria, o fundamentalismo luso, de terrífica memória, para reciclar nele todos os complexos e para continuarmos puros, sem nenhuma contaminação alheia».
Aplausos do PS.
Vozes do PCP: — E a Constituição?
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas fica claro, neste debate, que aquilo que era a posição do Partido Comunista de defesa do referendo é, afinal de contas, apenas instrumental para afirmar a verdadeira posição do Partido Comunista. Os senhores são é contra o avanço da construção europeia!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Nunca enganámos ninguém, como os senhores!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Os senhores são é contra o Tratado de Lisboa!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Então? Não responde?
O Sr. Primeiro-Ministro: — Os senhores são contra os valores que sempre inspiraram a construção europeia!
Aplausos do PS.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E a Constituição fica no «bolso»!
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, sintetizando a posição do CDS, direi o seguinte: primeiro, a Presidência portuguesa e a diplomacia portuguesa aproveitaram, com mérito e com talento, uma oportunidade de ultrapassar o impasse em que a Europa se encontrava e que era, a todos os títulos, indesejável.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Segundo, é melhor para a Europa ter um Tratado realista, um Tratado moderado, um Tratado que é um compromisso, do que não ter tratado nenhum, viver um impasse institucional