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47 | I Série - Número: 083 | 22 de Maio de 2009

levantar-se. Isto é vergonhoso por parte de um Governo que deveria ter, evidentemente, outra responsabilidade!

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos passar à fase de encerramento.
Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Diogo Feio.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Ministros, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados: O CDS, ao lançar o debate desta interpelação sobre a política económica do Governo, e em especial a política relativa às micro, pequenas e médias empresas, disse que era a ocasião para se fazer uma análise ao mandato do Ministro Manuel Pinho, análise essa, aliás, que o PS envergonhadamente não quis fazer.
Ouvimos falar sobre o seu mandato como o mandato da transparência das barragens. Seja lá o que isso é, todos nós sabemos que a água é transparente. Ou, então, ficámos a saber que os Estados Unidos seguem a política portuguesa.
De facto, noutro dia ouvi o Presidente Obama falar de Sócrates», mas não era de Sócrates Josç, era de outro, Sr. Deputado; não era propriamente daquele em que estava a pensar.

Aplausos do CDS-PP.

Este mandato tem, de facto, de ser analisado. E tem que ser analisado desde logo por aquelas que são as suas afirmações, que são muitas ao longo de anos.
Em 2006, o Sr. Ministro da Economia e da Inovação estava na fase optimista e disse o seguinte: «Jack Welch visitou o nosso país há uns meses e ele disse que eu era a pessoa mais optimista que tinha encontrado. Mas creio que isso não corresponde totalmente ao que sucedeu, o que ele disse foi que eu era a õnica pessoa optimista que tinha encontrado.«»! Sr. Ministro, passada a fase optimista veio a fase da dúvida, já em 2007, quando nos disse que «a vida é uma caixa de chocolates: antes de abrir nunca se sabe o que lá está dentro. Nestes dois anos, assistimos a diversos desenvolvimentos positivos, mas é necessário um grande esforço de consolidação para evitar surpresas negativas» — as tais, Sr. Ministro, que vieram mais tarde»! Quando visitou a China, quis apresentar Portugal como «o país dos custos salariais mais baixos de União Europeia». Foi a fase de um novo modelo de desenvolvimento.
Mas Manuel Pinho também, já no ano de 2008, e quando os números demonstravam o aumento do desemprego, dizia: «estes indicadores de 2008 são até muito positivos, são um sinal de esperança».
Estranha forma de ver a realidade, porque o mesmo Ministro Manuel Pinho mais tarde disse, pondo todas as dúvidas sobre as previsões de Bruxelas, acreditando que era preciso ver para crer, «Bruxelas faz muitas previsões e felizmente, para nós, temos conseguido ultrapassar sempre as previsões de Bruxelas».
Mantém essa ideia, Sr. Ministro? Mantém essa ideia em relação a uma crise que levou a que, em 2008, V.
Ex.ª dissesse: «Regressou a confiança dos empresários na nossa economia, apesar da conjuntura difícil»? Disse ainda o seguinte: «o crescimento económico português vai convergir já este ano, ano de 2008, com o da Zona Euro, o que acontece pela primeira vez numa década».
Está muito feliz com o seu mandato, Sr. Ministro? Pergunto-lhe isto, porque dizia: «a economia portuguesa está no bom caminho para uma retoma sólida, não havendo qualquer indicação de crise» — a tal crise que V. Ex.ª hoje, para completar todo este ramalhete, vem dizer que apenas se deve a questões de natureza internacional.
Não, Sr. Ministro, isso não é verdade! E tanto não é verdade que V. Ex.ª não respondeu a inúmeras perguntas que a bancada do CDS aqui lhe deixou sobre a COSEC; sobre os números do desemprego, bem actuais; sobre o valor de empréstimos que a Caixa Geral de Depósitos tem nas linhas de crédito; sobre a questão da Citroën; sobre o relacionamento comercial de Portugal com a Venezuela e os vários falhanços que estão a acontecer; sobre vários projectos que foram apresentados e que depois não foram para lado algum.
O CDS critica, mas faz propostas. É esta a nossa postura como partido da oposição. Por isso mesmo lhe trazemos aqui 10 propostas, Sr. Ministro. Pode qualificá-las como bem entender, pouco preocupados estamos com isso.