40 | I Série - Número: 085 | 28 de Maio de 2009
Por outro lado, isto é tudo muito difícil de entender, porque temos uma esquerda que propõe este imposto a nível nacional — e ficamos sem perceber se o aceita a nível europeu — e temos outra esquerda que o propõe a nível europeu, mas não o aceita na Assembleia da República!...
Portanto, independentemente da distância a que estejam, o que é pedido é muito simples: orientem-se! Caso contrário, ainda vamos acabar com um daqueles quadros a dizer o seguinte: «Faltam x dias, x horas e x segundos para a campanha eleitoral terminar e para o cabeça de lista do Partido Socialista deixar de falar»!
Risos do CDS-PP, do PSD, do PCP e do BE.
Isto não impede, rigorosamente nada, que continuemos aqui com a seguinte discussão de fundo: o que a esquerda (seja a esquerda do Bloco de Esquerda, a esquerda do PCP ou a esquerda do Partido Socialista) pretende é que existam mais impostos e o que a direita diz é, de uma maneira muito simples, «mais impostos não, muito obrigado!»
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Frasquilho.
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Há pouco, ouvimos referir aqui que era preciso respeitar a democracia. Mas foi isso mesmo que não foi feito. Quando, dentro do mesmo partido, vêm várias vozes, várias correntes para a opinião pública, é evidente que tudo fica baralhado, que os portugueses ficam baralhados e não percebem o que se passa. E, desde que o Professor Vital Moreira foi apontado como cabeça de lista do Partido Socialista às eleições europeias, é isso que tem sucedido sistematicamente.
Recordo a questão com o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que muito incomodou o Partido Socialista, e recordo agora esta proposta para a criação — e vamos dizer as coisas como são —, para a criação já!, de um novo imposto ao nível europeu e, portanto, também em Portugal.
É um novo imposto — as palavras não enganam! E não é preciso estar a dois metros do candidato Vital Moreira para perceber isto: todos percebemos através da televisão! Mas o Partido Socialista, aqui, vem dizer que não, que não é para agora — sabe-se lá para quando ç» Esta é mais uma versão do partido camaleão: Vital diz sim e o PS diz não! É isto que não pode ser, é preciso esclarecer quem fala verdade dentro do Partido Socialista.
Aplausos do PSD.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ninguém!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Um partido com as responsabilidades do PS não pode ter esta postura de querer agradar a gregos e a troianos, dizer uma coisa e o seu contrário! E isto já dura há meses demais.
Era, pois, importante que o PS esclarecesse todos os portugueses sobre qual é a sua postura e a sua opinião, porque é muito importante.
Estamos em período eleitoral e os portugueses precisam de ser esclarecidos sobre as verdadeiras intenções, quer dos candidatos ao Parlamento Europeu, quer dos candidatos às eleições legislativas, quer dos candidatos às eleições autárquicas. E não é isso que o PS tem feito, pois não tem contribuído para engrandecer a democracia em Portugal.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Victor Baptista.
O Sr. Victor Baptista (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Depois desta intervenção do Sr. Deputado Miguel Frasquilho, confesso que me recordei logo do choque fiscal de VV. Ex.as. Recordei-me logo disso!