33 | I Série - Número: 006 | 25 de Setembro de 2010
Permitam-me, Srs. Deputados, que volte a referir-me a outros aspectos, como, por exemplo, o da economia do mar.
Tive oportunidade de dizer que este projecto vai ter impactos muito significativos em termos de valorização do aumento dos hinterlands dos nossos portos e, naquilo que diz respeito à economia do mar, o Governo tem dado aos portos e ao transporte marítimo uma atenção muito particular.
Quero ainda dizer que, neste momento, a atenção do Governo não diz respeito apenas à alta velocidade ou ao transporte ferroviário, também tem uma perspectiva integrada de que todos estes projectos contribuem, cada um por si e de forma integrada, para a criação de novas condições para a competitividade do País.
Srs. Deputados, a minha intervenção já vai longa mas, antes de terminar, gostava de chamar a atenção para dois ou três aspectos que me parecem fundamentais.
Neste debate, ficou, mais uma vez, demonstrado que o projecto de alta velocidade — gostava de referir este aspecto — é um projecto que não tem impacto negativo para o Orçamento do Estado, particularmente para os Orçamentos que dizem respeito a 2010, 2011 e 2012. Srs. Deputados, gostava de voltar a frisar este aspecto: o projecto de alta velocidade não tem impacto negativo para os Orçamentos destes anos.
Gostava, ainda, de dizer que este projecto é benéfico para os Orçamentos dos anos imediatos, na medida em que, tendo em conta a injecção de fundos na economia, vai gerar receitas que, a curto prazo, suplantam os custos que estão considerados em matéria orçamental.
Srs. Deputados, este projecto é importante do ponto de vista do impacto económico imediato. É um projecto que poderá vir a criar 40 000 postos de trabalho, é um projecto cuja análise custo/benefício permite apontar para um valor positivo na casa dos 10 milhões de euros, é um projecto que, no seu global, vai permitir às empresas que a ele ficarem associadas a aquisição de novas competências do ponto de vista organizacional, técnico, tecnológico, o que lhes permitem uma melhor capacitação para o seu próprio processo de internacionalização.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, a situação actual é de grande exigência em todos os domínios, sobretudo na esfera financeira. Mas, seguramente — e gostava de sublinhar este aspecto — , não será com falsidades e manipulações que se contribui para a resolução dos problemas. O momento exige seriedade e rigor, mas é nos momentos de maiores dificuldades que se tem de enfrentar os problemas com uma perspectiva estratégica.
O momento exige rigor, o momento exige seriedade, mas o momento também exige olhar para o futuro e prepará-lo.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, no encerramento do debate de urgência, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Este debate foi muito útil, porque é possível retirar agora um conjunto de ilações políticas deste mesmo debate.
A primeira é a de que o Governo do Partido Socialista sistematicamente se engana nas grandes obras.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — O novo aeroporto tinha de ser na Ota, juravam mesmo que, na margem sul, jamais, estavam errados, tiveram de recuar.
O Sr. Horácio Antunes (PS): — Blá, blá, blá!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Em Maio, quando o CDS pediu o adiamento da construção da linha entre o Caia e o Poceirão por causa do problema do endividamento, por causa do problema da dívida soberana do rating da República e por causa dos problemas do acesso ao crédito que ele ia gerar, o Partido