15 | I Série - Número: 008 | 1 de Outubro de 2010
Aplausos do PSD.
Quanto a credibilidade, recordo-lhe ainda isto: o senhor apresentou-se aos portugueses, em 2009, dizendo que não aumentava impostos e prepara-se para aumentar duas vezes os impostos, em Portugal, no espaço de quatro meses.
Pergunto-lhe: é assim que o Sr. Primeiro-Ministro entende que devolve a confiança aos portugueses? É que, Sr. Primeiro-Ministro, a verdade é esta: ontem, quando o ouviram, os portugueses devem ter sentido o mesmo que alguém sente quando leva um murro no estômago. Isto porque o Sr. Primeiro-Ministro, até à semana passada, com o Sr. Ministro das Finanças aqui, na Assembleia, dizia que estava tudo bem, que estava tudo em linha com o que estava orçamentado.
Portanto, é muito importante, hoje, perceber o que se passou, Sr. Primeiro-Ministro. O que se passou para que o senhor, hoje, ao contrário do que também prometeu a esta Assembleia e ao País, tenha de recorrer a receitas extraordinárias como o Fundo de Pensões da PT, no valor de 2600 milhões de euros, para garantir a execução do défice, este ano?
Aplausos do PSD.
Ou o Sr. Primeiro-Ministro não se recorda dessa acusação que foi fazendo, ao longo dos tempos, ao PSD? Não se recorda da promessa de que nunca deitaria mão a receitas extraordinárias para garantir o défice orçamental? Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, mais uma vez, no fim do debate que estou a ter consigo, constato o seguinte: o senhor não quer responder e não quer assumir as suas responsabilidades perante os portugueses, porque entende que pode ir sempre ao bolso dos contribuintes para aplacar aquilo que é o desgoverno do seu ministério, aquilo que é a falta de controlo absoluto sobre a questão da despesa e do endividamento, e o regabofe permanente em que estamos em Portugal.
E isto, Sr. Primeiro-Ministro, tem que ter um fim,»
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Macedo (PSD): — » porque os portugueses estão, atç á ponta dos cabelos, cheios de impostos, impostos e mais impostos, sem verem resultados dessa política verdadeiramente suicida para a economia nacional!
Aplausos do PSD.
Protestos do PS.
O Sr. Presidente: — Para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o Governo suspendeu o investimento público até ao final do ano. Dê-me uma boa razão para que, a partir de 1 de Janeiro do próximo ano, venha aí o TGV, o novo aeroporto e a terceira travessia do Tejo.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Portas, quanto ao transporte de grande velocidade, a Câmara está informada, como todos os portugueses, de que o Governo suspendeu a parceria público-privada de ligação entre o Poceirão e Lisboa — e suspendeu até que esse projecto tenha condições de financiamento asseguradas nos mercados financeiros.