25 | I Série - Número: 014 | 15 de Outubro de 2010
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — O Conselho de Segurança não é uma coisa para a auto-ajuda!
O Sr. Paulo Pisco (PS): — E deixe-me dizer-lhe também que não estou de acordo consigo quando diz que não há razões para ter orgulho por se ter vencido uma «fase do campeonato». Sr. Deputado, é que esta «fase do campeonato» demorou muito tempo a estruturar, exigiu muitos contactos, exigiu que, ao longo dos anos, fossem sendo tecidas ligações, fossem sendo tecidas cumplicidades com países de todo o mundo.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Nem sempre as melhores!
O Sr. Paulo Pisco (PS): — E isto tem a ver com a nossa credibilidade enquanto país e com a nossa influência em termos globais.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Cuidado com a cumplicidade! Ainda vamos falar do Kadafi!
O Sr. Paulo Pisco (PS): — Portanto, temos todo o orgulho pelo esforço colectivo que a nossa diplomacia e outras instituições fizeram em todo este processo.
Relativamente ao segundo aspecto, a Cimeira da NATO, gostaria de dizer aquilo que já disse: acho que é uma grande ingenuidade por parte do BE e de outras forças considerarem que a NATO é uma organização absolutamente prescindível. E considero que isso é uma ingenuidade enorme por uma razão simples: é que, se olhar para a História, verá que sempre houve conflitos, conflitos dramáticos, sangrentos, e sempre haverá no futuro, e a NATO sempre se tem afirmado como um pilar de dissuasão e de defesa colectiva.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Dissuasão?!
O Sr. Paulo Pisco (PS): — Portanto, acho que é importante situarmos as questões e não desmerecermos naquilo que não merece ser desmerecido.
Quanto ao novo conceito estratégico, julgo que é importante referir igualmente que, independentemente de tudo o que vier a acontecer, é fundamental que haja uma adaptação da forma como a NATO pode situar-se no mundo.
Protestos do Deputado do PCP Jorge Machado.
E há um aspecto que é absolutamente fundamental que fique consignado neste conceito estratégico, que é, entre outros, a sua dimensão de natureza mais civil e humanitária, através de uma ligação mais forte à União Europeia e às Nações Unidas.
Aplausos do PS.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Humanitária?!
O Sr. António Filipe (PCP): — Já estivemos a falar melhor!
O Sr. Presidente (Luís Fazenda): — Para uma declaração política, em nome do PCP, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Entre as diversas manobras de diversão que o Governo tem levado a cabo para iludir os portugueses sobre os reais problemas do País encontra-se a propaganda que espalha a ideia descabida de que Portugal está na vanguarda da política de ciência e tecnologia.