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57 | I Série - Número: 032 | 22 de Dezembro de 2010

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É com esta política social que o PS ficará conhecido e é assim que passará à história.

Aplausos do CDS-PP.

O CDS provou que, financeiramente, é comportável manter o 4.º escalão do abono de família — aquele escalão que ç pago ás famílias que têm rendimentos a partir dos 629 € por mês — , porque esta medida no Orçamento do Estado tem o significado de menos de 80 milhões de euros.
Entendemos que é possível fazer escolhas e que é possível ter prioridades.
Senão vejamos: se o Estado gastar menos 21 milhões de euros em comunicações — e isso é perfeitamente possível — , se o Estado gastar menos 11 milhões de euros em deslocações e estadias dos dirigentes da Administração Pública, se o Estado gastar menos 21 milhões de euros em publicidade mantendo a publicidade obrigatória, poderá manter o abono de família, nomeadamente no que se refere ao 4.º escalão.
Entre um apoio social e as comunicações do Estado, nós optamos pelo apoio social! Entre a natalidade e a publicidade do Estado, nós optamos pela natalidade do País!

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Entre a família e as deslocações dos dirigentes da Administração Pública, nós escolhemos sempre a família!

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É possível, mas temos de saber fazer escolhas.
Entre gastos supérfluos e o apoio às famílias portuguesas, nomeadamente aquelas que têm rendimentos relativamente limitados como são os rendimentos de 629 € por titular, para nós a escolha é clara: é possível retirar no que é «gordura», no que muitas vezes é desperdício, acima de tudo, no que é gasto supérfluo do Estado, para, numa altura de dificuldade, não se retirar no que é essencial para muitas famílias, como é o caso da manutenção do 4.º escalão do abono de família.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: As palavras do Primeiro-Ministro, nesta Assembleia da República, quando no passado proclamava a importância do abono de família, «levou-as o vento» e, a pretexto da crise económica, este Governo procedeu a um violento ataque contra esta importante prestação social.
Em vez de exigir mais a quem muito tem e pouco ou nada paga de impostos, em vez de promover a justiça fiscal e a justiça social, este Governo ataca quem menos pode e menos tem.
Depois do ataque às prestações sociais, como o subsídio social de desemprego, a comparticipação nos remédios ou, entre outras, o rendimento social de inserção, como o malfadado Decreto-Lei n.º 70/2010, que altera as condições de recursos com o único objectivo de impedir, mesmo aqueles que necessitam, de aceder a estas prestações sociais; depois do ataque aos salários e pensões, que leva a que a grande maioria dos portugueses vivam com mais dificuldades, o Governo ataca também o abono de família.
De entre estas diferentes medidas que constituem um crime social, o corte no abono de família é, provavelmente, uma das medidas que mais choca pela injustiça que representa.
Com o Decreto-Lei n.º 116/2010, que agora discutimos, o Governo PS elimina o aumento extraordinário de 25% do abono de família nos 1.º e 2.º escalões e cessa a atribuição do abono nos 4.º e 5.º escalões de rendimento. Para que se perceba a real dimensão do ataque que este Decreto-Lei representa, cerca de 374 000 beneficiários do abono de família deixaram de ter acesso a esta prestação social e cerca de 1,75 milhões de beneficiários sofreram um corte de 25%.