31 | I Série - Número: 033 | 23 de Dezembro de 2010
a proposta do CDS de suspensão imediata de todas as obras públicas mas continuar a alimentar esta telenovela do adia ou não adia o TGV, exemplo que o Sr. Deputado deu, mas ao qual não dá resposta cabal.
Aplausos do CDS-PP.
Também gostaria de saber como é que o PSD pretende fazer no futuro, porque trabalhar como tem feito lamento, mas é muito pouco.
O Sr. Presidente (José Vera Jardim): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Duarte.
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, agradeço a questão que, simpaticamente, me formulou e gostaria de deixar apenas uma nota: de facto, desejo não que o CDS passe a gostar da forma como o PSD trabalha, pois creio que isso, infelizmente, às vezes, faz parte da nossa idiossincrasia de criarmos barreiras partidárias que nos impedem de ter o discernimento suficiente para nos avaliarmos mutuamente com o desprendimento que deveríamos, mas julgo que seria interessante e importante que, no ano de 2011, voltássemos a ter um CDS que regressasse á postura responsável,… Vozes do PSD: — Exactamente!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — … percebendo que aquilo que tem a ver com o interesse nacional nos obriga, por vezes, a colocar um pouco de lado algum efeito mais imediato, que até nos pode trazer alguma popularidade imediata, com um discurso fácil de denõncia,… Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — … de oposição e de desgaste, tendo em conta o estado em que o País se encontra,… A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Excepcional é cortar despesas, não é aumentar impostos!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — … mas que, manifestamente, não vai ter como repercussão algum efeito positivo, útil e construtivo para os portugueses.
A verdade é que a atitude que o Partido Social Democrata tem revelado nos últimos meses tem sido certamente uma atitude difícil e nós sempre o reconhecemos. Não corroboramos e não defendemos, de forma alguma, aquela que é a postura e aquele que é o modelo de governação e de desenvolvimento para o País que o Partido Socialista tem vindo a tentar implementar e rejeitamos liminarmente a total desorientação e desnorte que tem caracterizado a governação socialista, mas isso não nos impede de perceber que, em determinados momentos, a opção e a alternativa que temos em cima da mesa é, se calhar, entre o mau e o péssimo, e vale a pena colocarmos em cima da mesa aquilo que são os efeitos menos negativos para o País, mesmo que tal não seja a atitude mais fácil do ponto de vista partidário.
Deixo-lhe esta nota: depois de o PSD ter sido o partido que mais responsabilidades assumiu e mais afincadamente expressou a necessidade de contenção das despesas no nosso país, não só do ponto de vista discursivo mas também com medidas concretas — não vale a pena estar a recordar o que aconteceu este ano, desse ponto de vista — e depois da atitude de responsabilidade que o PSD tem assumido, seja no caso do BPN, em que, desde o primeiro minuto, pedimos informações ao Governo, seja no caso do fundo de pensões da PT, em que também, desde a primeira hora, manifestámos não a nossa oposição mas, sim, a necessidade de ser melhor explicada esta operação, a verdade é que o PSD tem assumido esta atitude de responsabilidade.
Temos assumido, essencialmente, uma atitude construtiva, não de confusão com políticas socialistas mas, sim, de defesa do interesse do País, enquanto, ao mesmo tempo, estamos a preparar uma alternativa de mudança para o País, para que, aí sim, o PSD possa contribuir de forma ainda mais activa para a mudança no