8 | I Série - Número: 050 | 11 de Fevereiro de 2011
anos atrás, até à promoção de uma diplomacia económica activa, que teve, entre outros, o mérito de garantir uma maior diversificação dos destinos das nossas exportações, o que é absolutamente essencial, dada a circunstância de haver hoje outras zonas fora do espaço da OCDE que registam níveis de crescimento económico mais elevados e, portanto, é natural que essas zonas tenham mais propensão para importar do que os próprios países do espaço da OCDE.
Houve um conjunto de políticas públicas que foram sendo prosseguidas com acerto e de forma consistente ao longo dos últimos anos que conduziram a esta situação. Não foi certamente por acaso que, no quarto trimestre do último ano, o crescimento das exportações foi da ordem dos 15,7%, face ao verificado no ano anterior.
Isso significa, por muito que as oposições tentem desvalorizar este número e, por vezes, até banalizar esta evidência, uma coisa muito importante: estamos a aumentar a nossa competitividade, estamos a conseguir penetrar em novos mercados de exportação, a nossa economia está a reagir, e está a reagir bem num momento particularmente difícil, em que está sujeita a sérios constrangimentos orçamentais.
Aplausos do PS.
Isto não é ceder a nenhum optimismo triunfalista nem é seguir pela via do ilusionismo fácil, é pura e simplesmente olhar para a realidade, compreender a realidade e valorizar aquilo que está bem, no sentido de incentivarmos a que se prossiga justamente por esse caminho.
E também quero saudar a circunstância de o Governo ter manifestado a vontade de prosseguir por esse caminho, como fez o Sr. Primeiro-Ministro no Congresso das Exportações e hoje mesmo, com decisões do Conselho de Ministros que vão justamente no sentido de garantir ainda mais apoio, do ponto de vista das condições de acesso ao crédito, às empresas que têm uma forte componente exportadora. Este incentivo à exportação é absolutamente essencial para garantir o crescimento da nossa economia.
Aliás, é sempre bom recordar que, na altura em que aqui discutimos o último Orçamento do Estado, o Sr.
Ministro de Estado e das Finanças foi violentamente atacado quando manifestou a sua convicção de que seria possível garantir o crescimento da economia portuguesa com base num aumento muito significativo das exportações.
Na altura, em nome de um pessimismo absoluto, o que as várias oposições disseram foi que esse era um objectivo inalcançável pela circunstância de, no quadro em que se encontrava a Europa e o mundo, não ser de perspectivar que se assistisse a um crescimento significativo dessas mesmas exportações. Mas a realidade, por vezes, tem este mérito de desmentir o pessimismo radical das nossas oposições.
Aplausos do PS.
E, quando assim é, também já estamos habituados a perceber que o problema está sempre na realidade e não está no pessimismo de quem olha para a realidade desta forma. Mas, dêem as voltas que derem, não é possível alterar estes dados da realidade, que aqui quero salientar.
O terceiro aspecto tem que ver com uma questão a que atribuímos igualmente muita importância e sobre a qual gostaríamos de ouvir a opinião do Sr. Primeiro-Ministro.
Há uma oposição à nossa direita que quer aproveitar a situação de crise internacional que estamos a viver para pôr em causa toda e qualquer intervenção do Estado, para promover um recuo histórico do Estado em obediência a uma ideologia ultraliberal completamente afastada também das nossas realidades nacional e europeia.
E não foi sem espanto que ouvimos, creio que na semana passada ou há uns 10 dias atrás, o líder do principal partido da oposição, do PSD, defender a tese de que empresas públicas deficitárias deveriam pura e simplesmente ser extintas e substituídas por empresas privadas e a tese, também, de que os passes sociais deveriam ser atribuídos em função do rendimento de cada um dos indivíduos, de cada um dos cidadãos.
Ora, do nosso ponte de vista, isto significa duas coisas, Sr. Primeiro-Ministro: excesso de ideologia e défice de conhecimento da realidade,»
Aplausos do PS.