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16 | I Série - Número: 064 | 17 de Março de 2011

nomeadamente, repito, pensões de 189 €, de 227 € ou de 246 € — conseguirá, com isso, uma poupança de cerca de 70 milhões de euros. O impacto financeiro do TGV, tal como os senhores publicaram, só este ano é de 76 milhões de euros.
Sr. Ministro, não lhe vou perguntar sobre o mérito nem sobre a análise técnica do projecto. Só lhe pergunto sobre a oportunidade de se manter um projecto como este numa altura em que o sacrifício que se está a pedir a mais de 1 milhão de portugueses, que auferem a pensão mínima, é um sacrifício brutal.
Sr. Ministro, perante isto, perante a necessidade que tem de controlar a despesa, não lhe parece que era preferível adiar este projecto do TGV para poder dar um pouco mais a quem não tem quase nada, como é o caso dos pensionistas mínimos, Sr. Ministro?

Aplausos do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco de Assis.

O Sr. Francisco de Assis (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, queria começar por salientar a clareza, o rigor e o sentido da responsabilidade histórica que estiveram associados à intervenção que o Sr. Ministro acabou de fazer perante este Parlamento.

Aplausos do PS.

Confrontamo-nos com um gravíssimo problema de financiamento externo do nosso Estado, do nosso sistema financeiro e da nossa economia. Não o podemos ignorar e temos de encontrar respostas sérias e ajustadas para enfrentar esse problema. Respostas internas, que passam pela redução drástica do valor do défice orçamental, e respostas externas, que passam pela construção de condições para que a Europa reaja solidariamente a este problema que nos afecta a nós mas afecta também a globalidade dos países europeus.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É só solidariedade!

O Sr. Francisco de Assis (PS): — E é neste esforço que o Governo tem estado empenhado.
Quero justamente saudar, na pessoa do Sr. Ministro das Finanças, este esforço. Temos tomado medidas difíceis, medidas duras, medidas que sabemos antecipadamente que são impopulares, medidas que, em alguns casos, até contrariam aquilo que gostaríamos, em absoluto, de fazer neste momento. Mas temos consciência que são medidas que temos que tomar nas circunstâncias especialmente difíceis com que nos confrontamos.
O que se exige de um governante não é que faça proclamações demagógicas, não é que ignore a realidade, pelo contrário, é que encontre as respostas para resolver os problemas que a realidade lhe coloca.

Aplausos do PS.

E essa é toda a diferença entre nós e os demagogos e irresponsáveis.

Aplausos do PS.

Por isso, nem vou perder tempo a falar do Bloco de Esquerda. O Bloco de Esquerda perdeu todas as oportunidades para ser outra coisa e é hoje, infelizmente, a manifestação mais recente da velha e estafada irresponsabilidade da extrema-esquerda europeia.

Aplausos do PS.

É isso e apenas isso! Acantonou-se nesse papel! E os portugueses, a seu tempo, ajuizarão. Perdeu todas as oportunidades de ser outra coisa, uma coisa útil à esquerda portuguesa e à sociedade portuguesa. Hoje, é apenas a velha irresponsabilidade, a velha, estafada e inútil demagogia da extrema-esquerda europeia!