I SÉRIE — NÚMERO 57
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Aplausos do CDS-PP.
Esta lei é uma imposição? Pois é! É a lei da imposição do bom senso…
O Sr. Honório Novo (PCP): — Foram obrigados, foi? Havia uma pistola? Tinham uma metralhadora para
assinarem?
O Sr. Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP): — … daqueles que sabem que as dívidas são para se pagar,
que as dívidas não são eternas. Qualquer criança sabe que as dívidas têm de se pagar.
É uma imposição não da troica mas do bom senso!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP): — É por isso, Sr. Deputado João Galamba, que isto não está no
Memorando de Entendimento. Não foi imposto pela troica mas, sim, pelo bom senso deste Governo.
Depois, ouvimos dizer que esta lei está desadequada. Não está desadequada, Sr. Deputado João
Galamba; a vossa gestão orçamental, essa sim, é que foi absolutamente desadequada!
Em todo o caso, que fique bem clara a disponibilidade do CDS para introduzir melhorias neste diploma,
mas qualquer exceção ao regime que está atualmente previsto no diploma proposto pelo Governo tem de ser
absolutamente necessária e proporcional. Não contem connosco para transformar este diploma numa
aparência, porque o tempo das aparências acabou.
Este diploma é para levar a sério e esta imposição do bom senso é para levar a sério.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado e das
Finanças.
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Galamba, esta lei dos
compromissos existe, convictamente, por iniciativa e sob responsabilidade deste Governo, como condição
fundamental para assegurar o rigor na execução orçamental. E trata-se, consequentemente, de um pilar
fundamental para assegurar a boa execução do Programa de Assistência Económica e Financeira.
É também verdade, subsidiariamente, que esta lei dos compromissos ajuda a garantir que, após o
pagamento de dívidas e a redução de níveis de endividamento, essas reduções são permanentes e persistirão
de forma durável no tempo.
Este é o fundamento desta lei dos compromissos e a sua motivação, não estando ela fundamentada em
nenhuma das narrativas que o Sr. Deputado teve ocasião de adiantar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João
Galamba.
O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, se não confirma a minha narrativa, é pior ainda!
Então, significa que a transferência do fundo de pensões foi ainda mais desastrosa politicamente do que eu
imaginava. É que, se não foi a troica que proibiu o pagamento das dívidas em 2011, tal significa que os
senhores negociaram a transferência dos fundos de pensões pensando da seguinte forma: «Precisamos das
receitas dos fundos de pensões para resolver o problema das metas de 2011, mas é-nos absolutamente
irrelevante que isso cause problemas gravíssimos em 2012».
Ou seja, o Sr. Ministro está a dizer que o importante é ter um défice baixo em 2011 e que, depois, em 2012
logo se vê! O resultado disso é aquele que sabemos: um desvio colossal de 2148 milhões de euros.