30 DE MARÇO DE 2012
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, temos quórum, pelo que declaro aberta a sessão.
Eram 15 horas e 8 minutos.
Sr.as
e Srs. Deputados, antes de mais, o Sr. Secretário vai proceder à leitura do expediente.
O Sr. Secretário (Paulo Batista Santos): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, deram entrada na Mesa, e
foram admitidos pela Sr.ª Presidente, o projeto de lei n.º 206/XII (1.ª) — Aprova o regime de regularização de
cidadãos estrangeiros indocumentados (PCP), que baixa à 1.ª Comissão, e o projeto de resolução n.º 266/XII
(1.ª) — Recomenda ao Governo que pondere a criação de mecanismos que garantam o acesso a uma
refeição matinal aos alunos cuja situação de carência lhes impede o acesso à refeição em casa (CDS-PP e
PSD), que baixa à 8.ª Comissão.
Em termos de expediente, é tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos entrar na ordem do dia.
Peço aos Srs. Deputados que tomem os vossos assentos, porque há um grande ruído na Sala, que,
normalmente, perturba a primeira intervenção.
Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Este é um Governo que se
limita a ir atrás da recessão.
Senão vejamos: o Governo diz estar preocupado com as previsões do desemprego. Qual a resposta?
Corrige em alta as previsões do desemprego. O Governo diz estar preocupado com o enquadramento
internacional da economia portuguesa. Qual a resposta? Corrige em baixa as previsões de crescimento.
Vozes do PSD: — Não é verdade!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — O Governo diz que está preocupado com a degradação dos indicadores
económicos. Qual a resposta? Corrige em baixa, e pela quarta vez, as previsões do PIB.
Vejamos, Sr.as
e Srs. Deputados: em julho de 2011, o Ministro das Finanças previu -1,7; em agosto de
2011, o Ministro das Finanças previu -1,8; em outubro de 2011, o Ministro das Finanças previu -2,8; em janeiro
de 2012, o Ministro das Finanças previu -3; em fevereiro, o mesmo Ministro das Finanças previu -3,3 de queda
no crescimento do PIB.
Hoje mesmo, o relatório do Banco de Portugal revê em baixa o crescimento para 1012, que passa de 3,3
para 3,4, sendo que as previsões para 2013 passam de 0,3 para 0, ameaçando assim as garantias do
Primeiro-Ministro, que ontem disse que 2013 seria já um ano de crescimento económico — e saliento que
estamos apenas em março e que faltam nove meses para o fim do ano.
Mas este é um Governo que vai atrás da recessão, porque é um Governo que se resigna, não apenas no
plano nacional mas também no plano europeu.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Muito bem!
Vozes do PSD: — Não é verdade!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — No plano nacional, só um governo resignado é que pode aceitar e dizer
aos portugueses que é inevitável empobrecer, como só um governo resignado pode dizer aos jovens mais
qualificados de sempre que a solução para o seu futuro é emigrar, como só um governo resignado pode dizer
que a varinha de condão para o aumento da nossa competitividade é alterar o Código do Trabalho, alteração
que se submete às virtudes da desregulação das relações laborais, tendo o patrão cada vez mais poderes e
os trabalhadores cada vez menos direitos.
Aplausos do PS.