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2 DE JUNHO DE 2012

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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Sr.ª Secretária de Estado, Srs. Secretário de Estado, Srs.

Jornalistas, está aberta a sessão.

Eram 9 horas e 42 minutos.

Podem ser abertas as galerias.

Antes de iniciarmos a ordem do dia, vou dar a palavra à Sr.ª Secretária para ler o expediente.

A Sr.ª Secretária (Maria Paula Cardoso): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, deu entrada na Mesa e foi

admitido pela Sr.ª Presidente, o projeto de resolução n.º 354/XII (1.ª) — Pela renegociação da dívida pública e

por políticas de defesa e reforço da produção e do investimento que assegurem o crescimento da economia e

combatam o desemprego (PCP).

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos dar início ao debate de urgência, requerido pelo Grupo

Parlamentar do PCP, sobre urgência da renegociação da dívida pública portuguesa.

Para abrir o debate, tem a palavra, pelo partido autor da iniciativa, o PCP, o Sr. Deputado Honório Novo.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: O País soube ontem que a queda na

receita dos impostos indiretos totais foi muito maior do que o Governo admitira na execução orçamental de

abril. Afinal, os impostos indiretos não caíram só 3,5%, caíram 6,8%. A receita não caiu só 233 milhões de

euros, caiu 472 milhões de euros, o dobro do que o Governo dissera.

Pior ainda: estima-se já um previsível descalabro na execução orçamental.

Esta última constatação não surpreende o PCP. Como a vida comprova, as políticas de empobrecimento

da troica estão a provocar a forte diminuição da atividade económica e uma queda das receitas fiscais e das

contribuições, ao mesmo tempo que provoca o aumento das prestações sociais para fazer face à evolução

dramática do desemprego. Esta espiral negativa está, mais uma vez, a conduzir ao disparar do défice

orçamental, estimado agora em 7,4%, no final do primeiro trimestre, 40% do valor total previsto para todo o

ano, 2,9% acima do défice previsto pelo Governo para todo o ano de 2012, que era, como sabem, de 4,5%.

É a este beco sem saída que nos conduzem as políticas da troica e o pacto de agressão com que o Fundo

Monetário Internacional, a União Europeia e o Banco Central Europeu querem fazer vergar os trabalhadores e

o povo de um País com quase 900 anos de história.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!

O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Um ano depois do Governo PS/Sócrates,

de braço dado com o PSD e o CDS, terem assinado o Memorando da troica, o País está mais pobre, os

trabalhadores e o povo perderam salários, subsídios e reformas, as falências sucedem-se aos milhares

(vejam-se os exemplos da construção civil e da restauração),…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Honório Novo (PCP): — … o desemprego atinge valores dramáticos, as manchas de pobreza e de

exclusão social aumentam de forma insustentável e os jovens portugueses deixaram de ter perspetivas de

futuro digno no País onde nasceram e de onde, apesar de tudo, se recusam a ser expulsos.

Vozes do PCP: — Exatamente! Muito bem!

O Sr. Honório Novo (PCP): — Um ano depois do pacto de agressão, este é um caminho que nos vai

conduzir a mais cortes na saúde e na educação, a novos e mais gravosos cortes de salários e de subsídios de

desemprego, a novos aumentos da carga fiscal e a mais operações de venda ao desbarato de empresas

públicas estratégicas, para satisfazer a voracidade de grupos económicos e financeiros.