9 DE JUNHO DE 2012
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2008/115/CE, que passou a ser conhecida como a «diretiva da vergonha». Os movimentos sociais, a igreja,
alguns países repudiaram-na pelo seu perfil constitutivo: os imigrantes irregulares são vistos como criminosos.
Associações de imigrantes e de direitos humanos receberam como uma péssima notícia a referida
transposição. O movimento associativo considerou-a um recuo no caminho da integração e da consagração de
direitos fundamentais. É de referir que diversos conselheiros do Conselho Consultivo dos Assuntos da
Imigração consideraram esta lei um retrocesso.
Com efeito, a obsessão securitária e a aposta numa Europa fortaleza, que assiste às mais recentes opções
europeias em matéria de imigração, são as piores opções para a revitalização da própria Europa e para a
preservação do seu património em matéria de direitos humanos.
Sublinhe-se, ainda que, no passado recente, diferentes responsáveis do anterior executivo, do Partido
Socialista, afirmaram a desnecessidade da referida transposição.
É certo que existem aspetos de melhoria do atual quadro legal. É o caso da assistência jurídica nas zonas
de fronteira, preocupação que acompanhámos e que materializámos em diferentes iniciativas legislativas.
Em sentido construtivo, com a intenção de ir ao encontro de uma maior integração dos imigrantes e da
salvaguarda dos seus direitos dos imigrantes, o Bloco de Esquerda apresentou diversas propostas. Porém, a
maioria não aprovou qualquer destas propostas.
Os Deputados do BE, Cecília Honório — Luís Fazenda — Ana Drago — Francisco Louçã — Catarina
Martins — Mariana Aiveca — João Semedo — Pedro Filipe Soares.
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Presenças e faltas dos Deputados à reunião plenária.
A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.