O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 127

34

Diz também o Observatório Português dos Sistemas de Saúde: «O racionamento chegou mesmo ao SNS».

E diz o Prof. Manuel Antunes (acho que insuspeito de simpatias com a ala esquerda desta Câmara):

«Querem aposentar o SNS».

O diagnóstico é generalizado e fazem bem mal em não ouvir os sinais de preocupação que vêm de todo o

lado sobre a situação dramática em que vivem muitos serviços.

Mas, quero dizer-vos, há um segundo diagnóstico que este debate permite fazer. Esse diagnóstico é o da

profunda amnésia que acometeu os partidos de direita que sustentam o Governo, é uma amnésia muito grave.

O que é feito, Srs. Deputados do CDS, daquela solução miraculosa para a política do medicamento, a

unidose, que ia resolver tudo? Começava a unidose e acabavam-se os problemas das famílias, do Estado,

enfim, tudo seria «um mar de rosas». Ao fim de um ano, ainda não arranjaram solução para a unidose?!

Aplausos do PS.

Protestos da Deputada do CDS-PP Teresa Caeiro.

O que é feito, Srs. Deputados do PSD e do CDS, do amor acrisolado ao setor social da saúde, da proteção

da intervenção das misericórdias e das IPSS?! É não abrindo as unidades de cuidados continuados, que estão

prontas a funcionar e estão fechadas, que protegem as misericórdias?! É adiando os pagamentos às

misericórdias que protegem o setor social? Pura hipocrisia política!

Sr.as

e Srs. Deputados, a questão do pagamento às misericórdias e ao setor social da saúde não é uma

questão financeira, é uma opção política.

Aplausos do PS.

Uma redução de 1% da transferência para os hospitais do Estado em cada mês permitiria ter em dia as

contas com as misericórdias e é a essa conta que os senhores querem, reiteradamente, fugir.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Mas, mais ainda: um último sintoma da amnésia é a preocupação com o Interior. Então, como se

compagina essa preocupação como o Interior com a indiferença e com a retirada de serviços? Então, os

helicópteros de transporte de emergência pré-hospitalar não são mais necessários precisamente onde as

pessoas estão mais isoladas e mais distantes da prestação de cuidados?! Durante quanto tempo vão os Srs.

Deputados do PSD e do CDS eleitos pelos distritos do Interior manter o silêncio sobre essa retirada do sistema

de emergência médica que tão laboriosamente foi criado no Interior?

Aplausos do PS.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — 3000 milhões de euros! Onde é que eles andam?

O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Ou vão fazer, mais ainda, um discurso dúplice, uma conversa nos seus

locais de eleição e um discurso diferente aqui, no Parlamento, embora — reconheçamo-lo! — cada vez mais

embaraçado e envergonhado?!

Nesta matéria, quero dizer-lhes, Srs. Deputados do PCP, que é muito oportuna a questão que aqui trazem

à discussão porque esta é a altura própria para aqui fazermos um balanço.

Ao fim de um ano, nenhuma proposta da área do Governo para melhorar o Serviço Nacional de Saúde,

apenas a lamentação pela herança. Mas os senhores não foram eleitos para se lamentarem, foram eleitos

para governar e eu deixei-vos dois números sobre a herança — dois números!

Protestos de PSD e do CDS-PP.