22 DE SETEMBRO DE 2012
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A maioria voltou atrás em todas estas matérias que eram essenciais, restringiu o acesso a medidas que as
famílias ansiavam, e ao fazê-lo a maioria apenas disse que, neste volta e traz, estava cá para «dançar ao
toque dos bancos», virando as costas às famílias e aos seus anseios.
Este é um passo numa caminhada que sabemos que será longa.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Termino, Sr.ª Presidente, dizendo apenas que o compromisso do Bloco
de Esquerda para com as famílias não se extingue hoje. Voltaremos a esta matéria, porque a exigência das
famílias assim o obriga.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá, do PCP.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: No passado mês de maio, foram apresentadas
na Assembleia da República 19 iniciativas legislativas, de todos os partidos, com o objetivo de combater o
gravíssimo problema de inúmeras famílias que, devido às dificuldades económicas resultantes da aplicação do
pacto de agressão, não conseguem fazer face aos encargos do crédito à habitação. Era necessário atuar
rápida e eficazmente para garantir que essas famílias em dificuldades pudessem manter as suas casas.
Todos os partidos, incluindo o PSD e o CDS, apresentaram propostas que, pela sua natureza e alcance,
permitiam enfrentar de forma eficaz o problema do crédito à habitação. Contudo, já durante a discussão na
especialidade os partidos da maioria parlamentar, o PSD e o CDS, recuaram em toda a linha relativamente às
suas propostas originais, inviabilizando um amplo consenso sobre esta matéria e frustrando as expetativas de
todas aquelas famílias que, numa situação desesperada e na iminência de perderem as suas casas,
aguardavam uma decisiva intervenção da Assembleia da República.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Este recuo do PSD e do CDS é indissociável das pressões exercidas pela banca,
que, desde o primeiro momento, manifestou o seu profundo antagonismo às propostas em discussão na
Assembleia da República.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — O facto de o PSD e o CDS terem cedido a estas pressões revela, mais uma vez,
que a atual maioria parlamentar está mais preocupada em zelar pelos interesses dos banqueiros do que pelos
interesses das inúmeras famílias portuguesas que se encontram na iminência de perderem as suas casas
devido à impossibilidade de pagarem as prestações do crédito à habitação.
Aplausos do PCP.
Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, é caso para dizer: a banca falou, a maioria amochou!
Vozes do PCP: — Muito bem!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Bem observado!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Não nos resignamos com este recuo do PSD e do CDS, não aceitamos que, para
defender os interesses da banca, as famílias portuguesas continuem a perder as suas casas.
Por isso, o PCP avoca para Plenário a votação de um conjunto de propostas que visam recuperar algumas
das propostas iniciais do PSD e do CDS, enjeitadas agora por estes partidos.