12 DE OUTUBRO DE 2012
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Aplausos do PS.
E tudo isto porque o Governo escolheu o caminho da austeridade em cima da austeridade, conduzindo ao
colapso da economia, à degradação social e à destruição do contrato social.
Hoje o Governo está cada vez mais isolado. Desbaratou a compreensão dos portugueses, desbaratou o
apoio dos agentes económicos e sociais e rasgou o consenso político, não só com o Partido Socialista mas
também, cada vez mais visível, no seio da própria coligação.
O mais grave é que o Governo continua não só a insistir na mesma receita como vai mais longe e reforça a
dose de austeridade severa, fazendo um verdadeiro terrorismo social e sem demonstrar qualquer humildade
ou mesmo pudor em assumir perante o País os seus falhanços;…
Aplausos do PS.
… mantém os cortes salariais na Administração Pública e estende-os parcialmente ao setor privado,
correndo o risco de abrir uma crise constitucional; agrava fortemente a carga fiscal sobre as famílias; antecipa,
abruptamente, o regime de convergência da idade de reforma na Administração Pública, rasgando o consenso
social alcançado; quer rever, mais uma vez, o regime do subsídio de desemprego para baixar a duração das
prestações; e, a par de tudo isto, projeta mais cortes na despesa social e alarga de forma vergonhosa o
programa das privatizações para financiar os erros da sua governação.
Aplausos do PS.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O que podemos esperar, a cada dia que passa, é uma maior
penalização às famílias, o contínuo colapso da economia, mais desemprego, o desmantelamento do Estado
providência e do Estado social, o desalento e a falta de perspetiva no futuro e a certeza de que daqui a um
ano estaremos pior do que estamos hoje.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Deviam corar de vergonha!
A Sr.ª Helena André (PS): — E o Governo está cada vez mais só, unicamente acompanhado…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Pelo PS! Pelo PS!
A Sr.ª Helena André (PS): — … pela sua receita ultraliberal. A própria troica começa a reconhecer que a
receita não é adequada: o Fundo Monetário Internacional fala de erros de cálculo relativamente ao impacto
das medidas de austeridade no crescimento e no emprego e o Presidente da Comissão Europeia afirma que
seria um erro desmantelar o Estado providência e os modelos sociais, sendo isto especialmente importante
para os países que se encontram sob assistência e que sentem a pressão dos constrangimentos económicos
e orçamentais e que, na Europa, não queremos que a coesão social, os direitos sociais, sejam postos em
questão ou reduzidos sobretudo para aqueles que mais necessitam.
Infelizmente, esta não é a agenda do Governo, que desistiu do País.
Por isso, o PS reafirma aquilo que sempre disse: existem alternativas, e é necessário um outro caminho,
um caminho que recuse esta austeridade irracional, que proteja o emprego e as famílias, que assegure o
reforço do crédito e do investimento junto do sistema financeiro, que mobilize os fundos comunitários
disponíveis para vencer a crise, que prossiga com uma agenda reformista de modernização em sectores
críticos como é o caso da qualificação.
Em suma, um caminho que ponha os portugueses em primeiro lugar.
Aplausos do PS.