12 DE OUTUBRO DE 2012
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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Falou nos portos. Gostava de perguntar por que é que a greve dos
portos não se situa entre as 19 horas e as 24 horas. Faz sentido?
Protestos do PCP.
Por é que só se trabalha em período de horas extras?
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Pois é!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Por que é que a greve afeta o período do dia?
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Porque é nas horas extras que se ganha mais?
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Querem é receber o mesmo e trabalhar metade!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Poderia dar-lhe outros exemplos, mas não quero ser acusado de
populismo.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Paguem aos trabalhadores o que devem pagar!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — O que quero dizer é que há formas de os trabalhadores defenderem os
seus direitos e de, ao mesmo tempo, terem sensibilidade e respeitarem o direito de outros, que precisam de
trabalhar, de chegar às consultas…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Há empresas que estão à espera de matéria-prima, há produtos
alimentares perecíveis que se estragam nos portos e estamos a deslocalizar para outros portos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Paguem aos trabalhadores o que devem pagar!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É isto que nos preocupa e é esta a sensibilidade que pedimos aos
trabalhadores, apesar de eu entender que podem fazer valer e revindicar os direitos adquiridos.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Protestos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Hélder Amaral, a abordagem que veio hoje aqui
fazer sobre a luta dos trabalhadores e sobre esta greve dos trabalhadores marítimos e portuários, mais essas
palavras que disse agora sobre a luta dos ferroviários, no fundamental, não se afasta daquilo que se dizia
nesta mesma Sala há 50 anos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — V. Ex.ª trouxe aqui um discurso que é um direto descendente das diatribes
que, nesta Casa, se faziam há 50 anos quando os trabalhadores portugueses se erguiam em luta e
conquistaram, com as greves, a jornada de trabalho das 8 horas.