I SÉRIE — NÚMERO 10
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A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Isso é perfeitamente caricato!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Absurdo!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Havia, nesta Casa, quem dissesse aquilo que o senhor aqui veio dizer
relativamente às greves, às lutas dos trabalhadores e aos seus efeitos para o bem-estar do povo e do País e
para a estabilidade da Nação.
Quero aqui dizer ao Sr. Deputado Hélder Amaral, do CDS, ao falar da situação e das circunstâncias em
que se encontram os trabalhadores ferroviários, nomeadamente os marítimos e os portuários, que fazem esta
greve em defesa da própria segurança da operação portuária e das condições em que essas exportações são
efetuadas, V. Ex.ª, hoje, estará sem saber do que fala, o que é grave, ou a faltar à verdade, o que é mais
grave ainda.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — E eu não acredito que se consiga ser tão ignorante sobre o que se está a
dizer.
Portanto, é má-fé, é faltar à verdade e é desonestidade política pura aquilo que os senhores aqui vêm
trazer.
Protestos da Deputada do PSD Conceição Bessa Ruão.
Sr. Deputado, o problema que os senhores agora identificam e apontam foi criado por este Governo,
porque esta luta, de que não há memória, nos portos e no mar deste País, esta greve e esta unidade que está
a ser demonstrada pelos trabalhadores marítimo-portuários, é a resposta que fazia falta perante a proposta de
lei, apresentada pelo Governo, de criar uma autêntica selvajaria no trabalho portuário.
A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — Tenha vergonha!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Aquilo que vem sendo apresentado pela troica como uma medida necessária
de liberalização total, de considerar que o trabalho portuário é pouco mais do que carregar pesos e acartar
com as coisas para dentro dos navios, que é o que está na base da filosofia da proposta de lei que o Governo
assinou, a rastejar, com a primeira caneta que lhe apareceu à frente e que está com medo de apresentar na
Assembleia, é o que está na origem desta greve, Sr. Deputado!
Protestos do Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida.
E quando, numa atitude e numa conversa que me faz lembrar as descrições que os pais e os meus avós
faziam sobre o papel dos bufos nas greves, o Sr. Deputado vem apelar a que o Governo tome medidas em
relação a esta greve, pergunto do que é que está a falar. Do que é que está a falar e não tem coragem de
dizer?!
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Do que é que está a pedir que não tem coragem de nomear?!
Aquilo que nós exigimos é uma coisa muito simples: que Governo retire de uma vez essa ameaça insana,
essa ameaça inconsciente, essa ameaça vergonhosa à própria segurança dos portos portugueses.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, queira terminar.