12 DE OUTUBRO DE 2012
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O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — E, lembro que, muitos desses produtos, são feitos com as mãos, como
se costuma dizer, e isso é de registar.
Gostaria também de lhe dizer que eu e o partido que represento, o CDS, fazemos também votos e teremos
de fazer todos os esforços para que seja possível chegar a um acordo com os trabalhadores portuários.
O País não pode perder mais esta oportunidade dos mares. Países com uma costa menor do que a
portuguesa e com muito menos zona económica exclusiva conseguem retirar do mar para a economia valores
quase do dobro do que Portugal faz.
Portanto, os nossos portos são, para nós, uma grande oportunidade e se conseguirmos, juntamente com
os trabalhadores e com as administrações portuárias, captar, aproveitando não só o alargamento do Canal do
Panamá, com novos Panamax, mas também aproveitando o grande potencial de cruzeiros, logo, turístico, seja
ele qual for, estaremos a dar um impulso à economia portuguesa.
Assim, ter os portos com uma gestão eficiente, baixar as taxas, ter trabalhadores satisfeitos é importante.
Por isso, acho que o entendimento com os sindicatos e a melhoria das condições de trabalho reverte a favor
não só da economia mas também dos próprios trabalhadores e, como tal, das exportações portuguesas.
Há setores em que estamos a fazer aquilo que muitos achavam impossível: o setor vinícola talvez seja
aquele que teve nos últimos anos maior investimento e maior transformação, onde mais de 50% da produção
é exportada. É a imagem, é a marca, é o nome de Portugal que vai lá para fora e que é reconhecido.
Portanto, tudo o que possa ser feito para potenciar este setor é bem feito e, obviamente, devemos fazer
tudo o que seja possível — em concertação, em entendimento com todos os trabalhadores e, mais uma vez,
repito, respeitando os direitos, equilibrando os direitos, e não estou a falar de direitos absolutos — para que
todos possamos ter aquilo que, no fundo, foi possível. Já houve sindicatos que chegaram a acordo, já houve
sindicatos que reduziram os seus períodos de greve e, portanto, o caminho está a ser feito e, julgo, está a ser
bem feito.
Assim sendo, tenho também a expetativa e a esperança de que em breve — embora tenhamos estas
greves com pré-avisos de greve bastante preocupantes e com um período bastante largo, mas que se
enquadram na base negocial dos sindicatos —, em concertação e em diálogo, possamos resolver mais este
problema e não potenciá-lo, não prejudicando um valor absoluto e um valor meritório para as empresas e para
os trabalhadores, que são os dados da exportação que hoje aqui quis discutir e trazer.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado João Ramos.
O Sr. João Ramos (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Com um Governo ferido de morte, a
discussão sobre as alternativas é cada vez mais pertinente. É cada vez mais lógico que a «dança de
cadeiras», que perpetua as mesmas políticas de direita no poder, tem de ser rompida com uma política
patriótica e de esquerda, que junte na sua execução não só comunistas mas todos aqueles que têm a
convicção que esta é a única saída.
É por recusar a alternância partidária, que nos tem conduzido ao abismo, que o PCP não se tem cansado
de afirmar que as alternativas existem.
Foi no sentido de reafirmar essa alternativa que o Grupo Parlamentar do PCP organizou esta semana, em
Beja, as suas Jornadas Parlamentares, subordinadas ao tema da política alternativa.
Uma política alternativa que rompa com o ciclo de pôr sempre os mesmos a pagar e proteger sempre os
responsáveis pela crise. A política de direita executada nos últimos anos em Portugal é uma espécie de bolo-
rei, em que a fava calha sempre ao povo e aos trabalhadores e o brinde sempre às grandes empresas e ao
setor financeiro, uma política que, ao asfixiar a generalidade dos portugueses, está a afundar o País.
Como nos dizia o núcleo empresarial da região de Beja, mesmo que houvesse incentivos públicos de 100%
para contratação de pessoal, as empresas não contratariam, porque não têm a quem vender aquilo que
produzem.