12 DE OUTUBRO DE 2012
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O PCP propôs, e está já agendada, uma interpelação sobre políticas alternativas. O estado do País faz
com que seja cada vez mais necessário discutir políticas alternativas. Precisamos de devolver ao País e ao
povo português a esperança numa vida melhor, adquirida com a Revolução de Abril, e que os senhores têm
vindo a destruir ao longo dos últimos 36 anos.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para formular pedidos de esclarecimento, os Srs. Deputados Pedro
Lynce, do PSD, José Luís Ferreira, de Os Verdes, Luís Pita Ameixa, do PS, e Pedro Filipe Soares, do BE.
Não sei como o Sr. Deputado João Ramos pretende responder…
O Sr. João Ramos (PCP): — Individualmente, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Muito bem, Sr. Deputado.
Então, tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Pedro Lynce.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Ramos, começo por cumprimentar o
Partido Comunista pela realização das suas Jornadas Parlamentares, esperando que, eventualmente, tenham
corrido o melhor possível.
O Sr. António Filipe (PCP): — Muito obrigado!
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Em relação às suas palavras, o Sr. Deputado fala em aumentar a riqueza do
País e, provavelmente, vou falar-lhe do setor mais importante do Alentejo. Gostava de lhe mostrar que,
embora num período de grandes dificuldades, como todos sabemos, este é, neste momento, o mesmo
caminho do Governo de Portugal. E se, porventura, quiser que lhe recorde, lembro apenas que este foi o
primeiro Governo que, no seu Programa, inscreveu a agricultura como atividade estratégica para o
crescimento da economia,…
O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — … com base em produtos transacionáveis, consciente de que este setor
responde, de modo mais rápido, ao problema que atualmente atravessamos.
É verdade, Sr. Deputado, que falar em agricultura no dia de hoje, em que verificamos que a nossa balança
comercial vem subindo, atingindo 13,7%, e chegámos já a 80% em termos de produtos alimentares, é um
facto que, sinceramente, me parece vir confirmar aquilo que o Governo pretende.
De qualquer forma, não posso deixar de lhe chamar a atenção de que, neste momento, dispomos
fundamentalmente de dois mecanismos essenciais: um é o do apoio ao rendimento dos agricultores, o qual
marcha, penso, de maneira perfeitamente normal; outro é o do reforço do investimento.
Embora tenha sido muito criticado, houve necessidade de rever o QREN, onde estava incluído o PRODER,
e foi a primeira vez que isto foi feito claramente. Houve a coragem de o fazer, de tal modo que, hoje, temos a
mais elevada taxa de realização do QREN de toda a Europa. Se, porventura, não o tivéssemos feito, hoje,
provavelmente, teríamos medidas com 1%, 2% e 3%, como o Sr. Deputado conhece bem, porque não foram
bem estudadas. Não gosto muito de dizer isto, porque parece que estamos a remeter a questão para o
passado, mas esse erro, se porventura existia, foi corrigido.
Quero ainda falar-lhe do Alqueva, de forma breve, porque estou a atingir o limite de tempo de que
disponho.
Sr. Deputado, somos totalmente contra a economia planificada, totalmente contra! Os resultados que tem
dado, na nossa perspetiva, nunca permitiram atingir os objetivos que se pretendiam. E se alguma vez foram
atingidos, então, digo-lhe quando: na campanha do trigo, com o Salazar.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Isto não são os planos quinquenais!