ISÉRIE — NÚMERO11
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O Sr. LuísMontenegro (PSD): — … em relação ao debate que se faz hoje por esta Europa fora, para que
possamos ter mais crescimento económico na Europa e, com isso, também mais oportunidades de emprego.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, referi, realmente, o quadro
financeiro multianual em termos europeus porque esse é para todos os europeus um debate extremamente
relevante que se tem vindo a desenvolver, provavelmente ainda sem o foco da atenção pública privilegiada, o
que não quer dizer que há muitos meses esse tema não tenha vindo a ser acompanhado e preparado pelo
Governo junto dos nossos parceiros europeus. Julgo que, muito proximamente, será importante que o Sr.
Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Europeus, junto do Parlamento, faça um ponto de situação sobre
essa matéria, que é realmente tão importante quanto determina o quadro de financiamento para os próximos
sete anos, de 2014 a 2020, também para Portugal.
Sobre esta matéria, queria dizer sumariamente o seguinte: Portugal tem apoiado a proposta que foi
apresentada pela Comissão Europeia, neste particular. Sabemos que ela tem o realismo de não propor
aumento de recursos, numa altura em que quase todos os países do espaço europeu, como o Sr. Deputado
agora recordou, estão com processos de consolidação orçamental a decorrer. Portanto, é difícil estar a cortar
nos Orçamentos Estado a Estado e a aumentar a transferência de recursos para a esfera europeia, mas é
importante não baixar de um certo nível, que já é baixo, para as políticas europeias.
Ora, justamente no último quadro financeiro europeu, Portugal perdeu 15% dos financiamentos que lhe
estavam destinados no «envelope» anterior e nós gostaríamos que uma quebra dessa amplitude não se
voltasse a registar.
O Sr. AdãoSilva (PSD): — Exatamente! Bem lembrado!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, o Governo bater-se-á para, em primeiro lugar, privilegiar a política de
coesão no seio das orientações financeiras europeias e, em segundo lugar, haver, nos dois pilares da política
agrícola, uma maior convergência…
O Sr. PedroLynce (PSD): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … dos pagamentos diretos aos agricultores — os quais, no caso de Portugal,
estão bastante abaixo da média europeia — e a manutenção, senão o reforço, das políticas de
desenvolvimento rural e, ainda, para que, evidentemente, os casos que envolvem a ultraperiferia, o que no
nosso caso abrange de forma mais dramática quer os Açores quer a Madeira, não deixem de ter um
tratamento específico, como tem vindo a suceder, pois agora há algumas vozes que esperam que isso deixe
de acontecer.
O Sr. PedroLynce (PSD): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Estas são as linhas gerais de orientação para essa discussão que temos vindo
a imprimir à posição portuguesa.
VozesdoPSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Em segundo lugar, respondo-lhe o seguinte: sim, Sr. Deputado, o imposto
sobre transações financeiras mereceu, desde o início, da parte do Governo português — e isso consta de uma
carta que foi assinada pelo próprio Ministro de Estado e das Finanças — aprovação. Portugal tem-se mostrado
favorável à introdução desse chamado «imposto Tobin» na área europeia, tendo considerado que a área
indispensável para poder fazer a implantação desse imposto é justamente a área euro. Mas, como o Sr.