ISÉRIE — NÚMERO11
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ligado ao crescimento económico e que, para isso, é necessário agir nos dois planos, quer no plano europeu
quer no plano nacional.
No plano europeu, Sr. Primeiro-Ministro, precisamos de mais tempo para consolidar as nossas contas
públicas. Acreditamos que o Banco Central Europeu, como lhe venho dizendo há mais de um ano e o senhor
tem negado, possa ajudar diretamente os Estados, de modo a reduzir os custos de financiamento.
São estas duas propostas que Portugal gostaria de ver o seu Primeiro-Ministro defender junto dos
parceiros europeus.
Aplausos do PS.
E, ao mesmo tempo, que o Governo em Portugal pudesse colocar a prioridade no emprego e no
crescimento económico. O nosso principal problema de décadas é o fraco crescimento económico…
O Sr. LuísMontenegro (PSD): — A sério?!…
O Sr. AntónioJoséSeguro (PS): — … e aquilo que devemos ter, como preocupação, é uma estratégia
que mobilize todos, que financie a economia, que recapitalize as nossas empresas, que ponha à disposição
designadamente das empresas de construção civil, projetos de reabilitação urbana com fundos comunitários e
que possa, através da criação de um banco de fomento, um banco público — como, aliás, existe na Alemanha,
depois da II Guerra Mundial —, com a possibilidade de apoiar investidores portugueses, de apoiar jovens que
queiram criar as suas próprias empresas, de investir na economia social e que, de uma forma muito coerente e
estratégica, possa substituir as importações pelo aumento da produção nacional, em particular nos bens e nos
serviços transacionáveis.
De uma forma muito simples, mas muito objetiva, Sr. Primeiro-Ministro, era isto que eu estaria a fazer,
neste momento, e que diria ao Conselho Europeu, se fosse Primeiro-Ministro de Portugal.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, diz o Sr. Deputado António José Seguro que o País está sob
enorme emergência. Só reparou agora, Sr. Deputado?
O Sr. LuísMenezes (PSD): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, só agora é que percebeu que o País está numa situação de
emergência? O Sr. Deputado tinha obrigação de saber isso há, pelo menos, um ano e meio!
Protestos do PS.
Porque há um ano e meio que o País se viu em verdadeira emergência nacional de ter de pedir um resgate
externo para poder assumir os seus compromissos. O Sr. Deputado anda muito distraído!
Nós não estamos, agora, em emergência nacional, estamos em emergência nacional desde que este
Governo tomou posse, Sr. Deputado, desde que este Governo tomou posse!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Em segundo lugar, apesar da fraca memória do Sr. Deputado, esperaria que a sua memória viva
conservasse, pelo menos, aquilo que é dito aqui nos debates, em particular o que é dito neste debate. Não é
preciso pedir muito.
Sr. Deputado, o problema principal — tenho-o dito de forma continuada —, no meio do processo de
ajustamento que o País enfrenta, prende-se com as dificuldades de financiamento da nossa economia. Não é