19 DE OUTUBRO DE 2012
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O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Afirmavam que não havia alternativa à guerra colonial; o 25 de Abril
provou que havia, com o fim da guerra e com a paz e a cooperação com os povos antes explorados e
colonizados.
Afirmavam que não havia alternativa ao subdesenvolvimento, ao atraso, ao analfabetismo, à elevada taxa
de mortalidade infantil; o 25 de Abril veio mostrar que havia.
E hoje, com a luta dos trabalhadores e do povo, no contexto de perigos e riscos, de processos certamente
complexos e contraditórios, alargam-se os caminhos de alternativa à política de direita. Cresceram e crescem
os motivos para confiar que uma alternativa patriótica e de esquerda cresce na terra portuguesa.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Queria informar os Srs. Deputados que o sistema de contagem de tempo bloqueou.
Como é natural, há pouco não interrompi o Sr. Deputado Agostinho Lopes, mas creio que agora vamos ter de
esperar um pouco para ver o que se passa porque perdemos o controlo da contagem de tempo.
Vamos aguardar 2 minutos, Srs. Deputados.
Pausa.
Srs. Deputados, estamos a aguardar pela normalização do sistema de contagem de tempo, que ainda não
está conseguida, mas, seja como for, creio que os Srs. Deputados não se importarão que o Sr. Ministro da
Economia e do Emprego, que tem preparada uma intervenção para o tempo regulamentar, possa iniciar o seu
discurso.
Entretanto, informo o PCP que o Sr. Deputado Nuno Matias, do PSD, já se inscreveu para pedir
esclarecimentos ao Sr. Deputado Agostinho Lopes, a seguir à intervenção do Sr. Ministro da Economia e do
Emprego, como manda a tipologia deste debate.
Sr. Ministro da Economia e do Emprego, tem a palavra para uma intervenção.
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego (Álvaro Santos Pereira): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados: Todos sabemos e todos sentimos que estamos a viver a maior crise do último século.
O Sr. João Galamba (PS): — É?!…
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — Uma crise sem precedentes que nos leva a rever o
presente para melhor preparar o futuro dos nossos filhos.
É neste contexto que o Governo apresentou aquele que, porventura, será o Orçamento do Estado mais
difícil dos últimos anos. Mas, Sr.as
e Srs. Deputados, que não haja dúvidas que este Orçamento do Estado é a
fatura do passado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
É sabido que hoje o nosso maior ministério é o megaministério da dívida. Todos os anos gastamos mais
nos juros desta dívida do que gastamos com a saúde, com a educação e com a segurança social.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — Todos os anos gastamos em juros da nossa dívida pública
quase 8000 milhões de euros. Oito mil milhões de euros que não são gastos na educação dos nossos filhos,
nos hospitais ou com os desempregados.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E só agora é que descobriu isso?