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10 DE DEZEMBRO DE 2012

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A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado António José Seguro.

O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, uma coisa é ter conhecimento prévio, outra é utilizar essa informação em pé de desigualdade em relação a todos os Srs. Deputados desta

Câmara.

Aplausos do PS.

Isso ficará registado e revela bem o seu sentido de Estado, Sr. Primeiro-Ministro.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. António José Seguro (PS): — Quero confrontá-lo com o seguinte: o Sr. Primeiro-Ministro defende, ou não, mais tempo para Portugal proceder à consolidação das suas contas públicas?

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, o Sr. Deputado António José Seguro parece querer escolher um caminho de criação de pequeninos casos e de confrontações parlamentares, em que não vou acompanhá-

lo.

Protestos do Deputado do PS João Paulo Pedrosa.

Portanto, Sr. Deputado, referirei apenas, para recordatória, que não mencionei nenhum dado que vá ser

divulgado às 11 horas da manhã.

Aplausos de Deputados do PSD.

Mas registo aqui que o Sr. Deputado está mais interessado na criação do pequenino incidente parlamentar

do que nas boas notícias que podem vir da divulgação desse boletim.

Aplausos do PSD.

O Sr. Deputado quer confrontar-me com a pergunta sobre se queremos, ou não, mais tempo, e eu quero

dizer-lhe o seguinte: o Sr. Deputado tem utilizado abundantemente a expressão de que «Portugal precisa de

mais tempo» para, de forma ambígua, não dizer exatamente o que o Partido Socialista entende por ter mais

tempo para Portugal.

Vou dizer-lhe, Sr. Deputado, o que tenho ouvido da parte do Partido Socialista e quais são as conclusões

que o Partido Socialista não tira. Porque aquilo que o Governo defende, o Sr. Deputado conhece, pelo que a

sua pergunta é certamente retórica.

O Sr. António José Seguro (PS): — Diga, diga!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Portugal terá, de acordo com o Governo, o seu programa concluído em junho de 2014. Esta é a posição do Governo, foi sempre a minha posição, não mudou desde o princípio e não há

razão para mudar.

O Sr. Deputado vem dizendo que Portugal devia ter mais tempo e aplica isso quando o Governo negociou,

e conseguiu, uma trajetória diferente para o défice, utiliza isso quando aparece uma ideia de que haja

extensão de maturidades nos empréstimos que foram concedidos à Grécia. Ou seja, sob esse «chapéu» de

mais tempo, o Sr. Deputado mete qualquer coisa.