25 DE JANEIRO DE 2013
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O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … e que aprioristicamente não se sabe quanto tempo vai durar, vai durar
seis meses. Portanto, se o cliente de uma empresa celebrar um contrato excecional e fizer uma encomenda
que leve a um pico de produção durante oito meses, a empresa não pode contratar excecionalmente
trabalhadores por oito meses porque o Bloco de Esquerda diz que só o pode fazer por seis meses.
O diploma impede novas empresas e novos negócios, que ainda não se sabe se serão viáveis e se irão
vingar, de contratar trabalhadores com contrato a termos resolutivo, condenando, portanto, muitas dessas
iniciativas de empreendedorismo a nem sequer arrancarem.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Porquê?
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — É que, para além do risco de arrancar com um novo negócio e da
imprevisibilidade de esse negócio vingar ou não, impede-se que os empreendedores possam fazer contratos
de trabalho ajustados a essa realidade,…
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Contratos a um ano!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … levando a que muitos desistam da sua intenção.
Impede, ainda, a contratação, neste regime, de pessoas que estejam à procura do primeiro emprego e de
desempregados de longa duração, ou seja, veda a estas pessoas — é o que está objetivamente na proposta
do Bloco de Esquerda — o acesso a este mercado de trabalho, que sempre é melhor do que estarem
desempregados.
Finalmente, a proposta reduz para 12 meses o período máximo de duração do contrato de trabalho,
substituindo-se assim — porque entendem que sabem mais disto do que a concertação social — à
concertação social,…
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — A concertação social não é legisladora!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … aos parceiros sociais e, nomeadamente, à central sindical UGT, que
veio dizer que era uma boa medida e que salvou milhares de postos de trabalho em Portugal permitir-se a
prorrogação excecional destes contratos.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — No que se refere ao projeto de lei do Partido Comunista Português, mutatis
mutandis aquilo que já aqui disse, ao que acrescento ainda um aspeto.
O Partido Comunista Português apresenta o seu projeto de lei com a epígrafe «Combate a precariedade
laboral e reforça a proteção dos trabalhadores».
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — E propõe, para isso, entre outras medidas, a revogação do artigo 112.º da
Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro. Como este artigo se refere a atividades e a tarefas de muito curta duração e
a contratos até 15 dias, precisamente para responder a isso, e como independentemente da vontade do
Partido Comunista Português essas atividades e essas tarefas vão continuar a existir, ao proibir este tipo de
contratos, o que o Partido Comunista Português está efetivamente a fazer é empurrar os trabalhadores para a
precariedade e para o falso recibo verde.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Está enganado!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — É que, de outra maneira, não poderão ser contratados.
Aplausos do CDS-PP.