25 DE JANEIRO DE 2013
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quando algumas explorações poderão até ter necessidade de apoio financeiro a 100% por não terem
capacidade para pagarem a comparticipação nacional. No âmbito do caso do Algarve, até é feita uma
limitação às explorações que não tenham recorrido ao PRODER: se houver dificuldades financeiras (se o
dinheiro não chegar para todos), essas explorações serão colocadas de lado, isto é, não terão direito a apoio.
Por isso, esta poderá não ser a medida mais adequada.
Por outro lado, esta situação (isto já foi aqui referido) remete-nos para outra, que é a dos seguros agrícolas.
Ainda agora ouvimos dizer que os seguros agrícolas têm de funcionar — é uma coisa que ouvimos de
Governo para Governo. O problema é que ninguém «põe o chocalhinho ao gato», porque mexer nos seguros
implica mexer com os grandes grupos económicos. É essa a dificuldade, pelo que ninguém tem coragem para
resolver este problema.
Por isso, a pergunta que lhe deixo, Sr.ª Deputada, é se acha mesmo que os agricultores podem ficar
descansados depois destes anúncios do Ministério da Agricultura.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Abel Baptista.
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, em primeiro lugar,
quero manifestar a nossa solidariedade, em nome do CDS, em relação a todos aqueles que foram vítimas do
temporal ocorrido no último fim de semana.
Queria dizer-lhe que as questões ambientais, não só as alterações climáticas como as confusões climáticas
que trazem, estão a preocupar os poderes públicos, os cientistas e a comunidade académica. São questões
que, no futuro, teremos de encarar de modo muito diferente.
Mas, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, parece-me que colocou algumas questões de forma bastante
extemporânea. Repare, não posso exigir mais a quem está no Governo: ocorreu uma circunstância anómala
na noite de sábado para domingo e na segunda-feira a principal responsável pela agricultura estava no terreno
a inteirar-se da situação.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — É verdade!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Menos de 24 horas depois, houve técnicos do Ministério da Agricultura a
fazer o levantamento de todas as situações. Eu próprio perguntei aos técnicos do meu distrito o que é que lá
se tinha passado e na segunda-feira, ao meio-dia, os técnicos disseram-me que no distrito de Viana de
Castelo não havia situações relevantes a reportar. Portanto, há um conhecimento exato do que se passou, o
que acontece pela primeira vez!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — A Sr. Deputada falou ainda na questão dos seguros.
A questão dos seguros é muito relevante e já deveria ter sido encarada há muito tempo como uma
necessidade absoluta; deveríamos tentar uma política de seguros. Por exemplo na região Norte há uma
entidade que tem um sistema de seguros muito bem elaborado, que é a Comissão de Vitivinicultura dos
Vinhos Verdes. Essa entidade elaborou uma proposta de seguros que é exemplar e que é um caso-estudo que
deve seguido.
A Sr.ª Ministra referiu-se algumas questões que a Sr.ª Deputada, pelos vistos, não deve ter ouvido.
A Sr.ª Ministra disse que há apoios do PRODER para este tipo de situações e que há a possibilidade de
nos socorrermos do fundo de solidariedade para estas questões. Além do mais, foi acordada com o Ministério
uma linha crédito para a agricultura, de cerca de 1500 milhões de euros, que poderá ser aproveitada aqui com
condições vantajosas para os agricultores. Dir-me-á que os agricultores têm que suportar 25% do valor. Ó Sr.ª
Deputada, mas numa situação destas diria que nem um bom seguro cobriria mais.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É verdade!