I SÉRIE — NÚMERO 49
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Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, lamento que se sinta
pessoalmente atingido ou discriminado no acesso a essa informação. Não foi essa, seguramente, a intenção
do Governo. Até porque essa informação foi de tal forma publicitada que não houve nenhum jornal que não a
trouxesse discriminada.
Sr. Deputado, essa informação é pública e foi assumidamente divulgada por todos os órgãos de
comunicação social, razão pela qual, Sr. Deputado, não me pareceu, dado o caráter oficial e público dessa
explicação, que ocorreu, de facto, há bastante tempo, que o Sr. Deputado requeresse alguma informação mais
detalhada. Mas tenho muito gosto em fazer chegar ao Sr. Deputado toda essa informação detalhada, que foi,
em qualquer caso, bastante divulgada por toda a comunicação social.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, ao contrário do que diz, não é
do conhecimento público. O que é do conhecimento público é o valor global que o Sr. Primeiro-Ministro e o seu
Governo disseram que tinha sido poupado. Ninguém conhece, neste Parlamento, qual foi, detalhadamente,
essa poupança, isto é, quanto é que cada um dos operadores deixou de receber para atingir esse valor de 1,8
mil milhões de euros. Queremos saber dessa discriminação por cada ano. Foi isso que lhe exigi em junho, foi
esse compromisso que o senhor assumiu perante mim e foi esse compromisso que o senhor não cumpriu.
Aplausos do PS.
Mas não foi só esse. E vamos falar de credibilidade, Sr. Primeiro-Ministro.
Quem ouviu a sua intervenção percebeu que vem mais uma vez com a teoria de que estamos no bom
caminho. Sr. Primeiro-Ministro, acabam de sair dados sobre o desemprego. Mais uma vez, hoje, Portugal, fruto
da sua política, atinge novo record do desemprego e o senhor vem aqui ao Parlamento dizer que estamos no
bom caminho! Não estamos no bom caminho! O senhor não acertou em nenhum dos objetivos, falhou em
todos os seus objetivos!
Protestos do Deputado do PSD Luís Menezes.
Volto a recordar-lhe: o senhor falhou a meta do défice e a meta da dívida, o desemprego continua a
aumentar para níveis nunca imagináveis no nosso País, a economia continua a cair, e o senhor vem aqui
vangloriar-se do regresso aos mercados depois de tanto falhanço?!
Protestos do PSD.
Tenha a coragem de assumir neste Parlamento que o regresso aos mercados tem muito a ver com o papel
ativo do Banco Central Europeu.
Protestos do PSD.
E há uma coisa que lhe quero recordar: em junho do ano passado, o seu Governo e esta maioria
chumbaram uma proposta do Partido Socialista que defendia um papel mais ativo do Banco Central Europeu,
e é precisamente por causa dessa intervenção do Banco Central Europeu que pudemos fazer um regresso
progressivo aos mercados.