I SÉRIE — NÚMERO 58
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Relativa aos projetos de resolução n.os
539 e 617/XII (2.ª):
O PCP valoriza desde sempre o papel do associativismo juvenil e o seu contributo histórico na luta pela
liberdade e democracia e, hoje, na defesa desses direitos democráticos, designadamente os direitos da
juventude.
Reconhecemos a importância que atribuem à educação não formal e partilhamos dessa consideração. No
entanto, não desligando esta abordagem dos dias que vivemos, não podemos deixar de colocar algumas
preocupações.
O PCP considera que o reconhecimento da educação não formal é inseparável de uma política pública de
valorização e garantia da qualidade da educação formal.
No momento em que vivemos a maior crise económica e social desde o 25 de Abril de 1974, o atual
Governo PSD/CDS tem aprofundado um ataque à escola pública de qualidade, democrática e para todos. Um
caminho de destruição do papel da escola pública enquanto instrumento de emancipação individual e coletiva,
seguido por sucessivos governos PS, PSD e CDS, mas que tem conhecido nos últimos anos medidas que
visam a degradação profunda da qualidade pedagógica e das condições materiais e humanas.
O abandono e destruição do princípio da cultura integral do indivíduo, o desrespeito pela Lei de Bases do
Sistema Educativo, a constituição de mega-agrupamentos, o aumento do número de alunos por turma, o
empobrecimento dos currículos, são vários exemplos de medidas concretas de desvalorização da educação
formal.
É neste contexto que o PCP considera politicamente hipócrita defender a educação não formal quando a
sua dimensão formal está a ser profundamente fragilizada.
Para além deste aspeto, cada vez mais vezes, assistimos ao recurso ao dito «voluntariado» para responder
a necessidades permanentes dos serviços públicos – é assim no âmbito da escola pública, no SNS, em muitas
IPSS. Nestes casos, deve ser apoiado a contratação destes jovens com direitos e não estimular o trabalho não
pago quando asseguram efetivamente a resposta do serviço.
Por todas estas questões, o sentido de voto do PCP relativamente ao projeto de resolução n.º 539/XII (2.ª)
e ao projeto de resolução 617/XII (2.ª) é a abstenção.
A Deputada do PCP, Rita Rato.
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Nota: A declaração de voto anunciada pelo Deputado do PSD Ricardo Baptista Leite não foi entregue no
prazo previsto no n.º 3 do artigo 87.º do Regimento da Assembleia da República.
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Presenças e faltas dos Deputados à reunião plenária.
A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.