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I SÉRIE — NÚMERO 90

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alheados daquilo que era a realidade económico-financeira do País foi a subida das taxas de juro. As pessoas

têm consciência que quando os juros da dívida pública começaram a subir dramaticamente, passando a

barreira dos 7% definida pelo próprio ex-Ministro Teixeira dos Santos, a seguir vieram pesados sacrifícios para

a vida de cada um.

Ora bem, estamos a inverter essa tendência,…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — A inverter?

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — … e hoje, quando a tendência está no outro caminho, as pessoas podem

ter a certeza que está novamente uma campainha a tocar, que os sacrifícios vão ser agora invertidos e que

estamos a preparar um País diferente, com um modelo de crescimento económico sustentável para que seja

possível atrair investimento e criar emprego. Tudo o resto é, puramente e simplesmente, estar a tentar

branquear o comportamento do Partido Socialista no passado.

Finalmente, Sr. Deputado Honório Novo, a crítica principal que nos fez foi tentar corresponsabilizar-nos

pela situação a que o País chegou no momento da ajuda. Foi só isto.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Está enganado!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Compreendo essa tentativa, porque o Partido Comunista Português não

ganha eleições, não tem essa ambição, e não tem, portanto, o sentido de responsabilidade que tem o Partido

Social Democrata.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe que conclua.

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Concluo já, Sr.ª Presidente.

Há eleições, e devemos respeitar o resultado eleitoral. Os senhores, no dia a seguir às eleições, o que

pedem de imediato é que o Governo caia; chumbam tudo aquilo que um Governo proponha, porque não

respeitam a vontade dos portugueses.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não é verdade!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — O PSD não tem esse princípio, o PSD tem sempre a ideia, podendo nós

discordar ou concordar, que os eleitores são livres de escolherem quem querem para governar. E se, na

altura, escolheram o Partido Socialista para governar, nós não podíamos, no dia a seguir, chumbar tudo aquilo

que o Partido Socialista e esse Governo propunham, porque não era essa a vontade dos portugueses. É o

sentido de responsabilidade aquilo que nos separa, Sr. Deputado.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Honório Novo (PCP): — E a marcha fúnebre? Não quer tocar a marcha fúnebre?

A Sr.ª Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Basílio Horta, do PS.

O Sr. Basílio Horta (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: De acordo com os dados divulgados

ontem, a economia portuguesa apresentou um crescimento negativo de 3,9% em termos homólogos e de

0,3% em cadeia.

A economia portuguesa apresenta a recessão mais prolongada de sempre: 10 trimestres consecutivos de

quebra no PIB. Em 2008/2009, anos de grande recessão a nível mundial, a nossa economia retraiu quatro

trimestres consecutivos; agora, no primeiro trimestre do ano, já vai na décima quebra consecutiva.

Comparando com a União Europeia, destaca-se que Portugal apresenta uma contração do PIB cerca de

seis vezes maior do que a União Europeia a 27 e quatro vezes maior do que a zona euro. O reflexo desta