O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

17 DE MAIO DE 2013

9

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Deputado João Galamba, já que mostra tanto desdém para com o

Memorando de Entendimento, pergunto-lhe: quem é que assinou o Memorando de Entendimento? Quem é

que assinou os cortes salariais? Quem é que assinou as alterações à legislação laboral? Quem é que assinou

a diminuição do subsídio de desemprego? Quem?!

Quem negociou o Memorando foi o Partido Socialista; nós, por sentido de Estado e por sentido de

responsabilidade, dissemos que o íamos respeitar. O que não fazemos é dar o dito pelo não dito como os

senhores fazem, sem vergonha alguma perante os portugueses.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Dizem-nos os senhores: nós assinámos mas não concordávamos com nada e queríamos renegociar no dia

seguinte. Então, porque é que o negociaram e assinaram? Não há verticalidade no momento em que se

negoceia um acordo? Negoceia-se um acordo para dizer, logo no outro dia, que é para trocar tudo e não fazer

o que assinámos? Os portugueses têm sentido de responsabilidade, e era isso que devia existir também no

Partido Socialista, pelo menos em alguns de vós.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Srs. Deputados, se o Memorando era assim tão mau, por que é que

assinaram? Porque é que negociaram? Nós sabemos porquê: porque «estavam com as calças na mão»,

porque o País estava à beira da bancarrota e não tinham outra alternativa senão negociar e assinar aquele

tratado.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Agora, os senhores dizem que aquilo que aconteceu nos últimos anos e

que a baixa das taxas de juro não teve nada a ver com Portugal — nada! —, foi só o contexto externo

favorável. Talvez o senhor acredite nisso, mas haverá mais algum português que acredite? Se o défice público

em Portugal não fosse 4%, 5% ou 6% mas, sim, 20%, se o País tivesse deixado de respeitar os seus

compromissos externos, se deixássemos de pagar os empréstimos, se deixássemos de pagar os salários,…

O Sr. João Galamba (PS): — Não tem argumentos!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — … se deixássemos de fazer aquilo que temos vindo a fazer, o senhor

acredita mesmo, algum português acredita, que a taxa de juro tinha a evolução que tem tido nestes últimos

anos?

Só alguém que vive noutro mundo é que pode acreditar que a taxa de juro baixou de 6% para 4% e que

aquilo que Portugal fez foi indiferente; que ontem mesmo, na emissão a seis meses, se conseguiu que a taxa

de juro, que estava acima de 2% em novembro, baixasse para menos de 1% e que é completamente

indiferente aquilo que Portugal fez.

O Sr. João Galamba (PS): — E a Grécia?

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Os senhores, por respeito pelos portugueses, por respeito pelos

sacrifícios de muitos portugueses, deviam era dizer: saudamos aquilo que aconteceu ao País, saudamos os

feitos do País, embora gostássemos que tivessem sido alcançados de outro modo. Isso era credível.

Menosprezar e desdenhar o que tem sido feito por Portugal é verdadeiramente antipatriótico, Sr. Deputado.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr.ª Deputada Cecília Honório, é verdade que têm sido pedidos sacrifícios aos portugueses, mas estes

sabem que a campainha que tocou e que fez despertar toda a sociedade e muitos portugueses que viviam