I SÉRIE — NÚMERO 90
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mas não foi capaz de dizer a enorme quota de mercado que estamos a conseguir em novos mercados, fruto
de uma nova diplomacia económica e, também,…
Risos do PS.
… fruto da resiliência das empresas portuguesas.
Em suma, V. Ex.ª fez um diagnóstico, mas esperávamos que nos apresentasse mais soluções, mais
sugestões e mais propostas. De facto, podia ter dito que a emissão de dívida correu bem e, correndo bem, é
um sinal de que o caminho percorrido até agora foi positivo. A emissão da dívida pode ter e tem de ter,
obviamente, consequências para a economia.
Sr. Deputado Basílio Horta, não é verdade que este Governo tenha deixado para trás o Inov Contacto, que
é uma das boas medidas do Governo anterior que este Governo aproveitou e quer incentivar. Como vê, da
nossa parte há bom senso, há equilíbrio. Quando há boas medidas, nós aproveitamos! O que não vimos aqui
fazer é um discurso derrotista e com propostas que, essencialmente, dependem de terceiros e não da ação do
Governo ou do Partido Socialista.
A Sr.ª Presidente: — Queira fazer o favor de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Gostava de ter ouvido — e com isto termino, Sr.ª Presidente — algo de
mais concreto e por que razão o Governo do Partido Socialista não fez, num cenário de crescimento
económico e de menos dificuldades, o que hoje vem reivindicar.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Entretanto, assumiu a presidência a Vice-Presidente Teresa Caeiro.
A Sr.ª Presidente: — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Ramos.
O Sr. João Ramos (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Basílio Horta, ontem tivemos conhecimento de
dados que nos mostram um aprofundamento da recessão no 1.º trimestre de 2013, o que configura um
agravamento da situação económica, para além de espelhar o falhanço enorme das políticas da troica,
expressas no pacto de agressão.
Estes dados têm, também, uma relação forte com a queda da procura interna. O PCP sempre disse que o
mercado interno era fundamental para que o País ultrapassasse a situação difícil em que está; hoje, muitos já
falam na importância do mercado interno, quando antes se referiam apenas às exportações.
Isto remete-nos para a constatação de que as questões de crescimento e do emprego são hoje
consensuais e todos, facilmente, subscrevem a necessidade de atuar a este nível. Ora, está cada vez mais
comprovado que, com o pacto da troica, não conseguiremos atingir estes objetivos, por isso a questão que
importa colocar é esta: o que é preciso fazer para que consigamos atingir os objetivos do crescimento
económico e da criação de emprego?
O PCP já aqui apresentou, bastantes vezes, as suas propostas e, agora, queremos saber se o PS está
disponível para romper com a troica e com este programa político para tornar possível outra política
económica e outra política orçamental; se o PS está disponível para a renegociação da dívida, o que permitia
ir buscar recursos para a economia; se está disponível para repor os salários e pensões, o que podia melhorar
o poder de compra e dinamizar o mercado interno; e se está disponível para cortar nos benefícios dos grandes
grupos económicos e apoiar as micro, pequenas e médias empresas, fundamentais para a criação de
emprego e de riqueza em Portugal.
Em suma, Sr. Deputado, é cada vez mais claro que o futuro do País depende do rompimento com este
pacto com a troica. Está ou não o PS disponível para fazer esta rutura?
Aplausos do PCP e de Os Verdes.