17 DE MAIO DE 2013
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Outra sugestão é a do pagamento das dívidas às PME. Se o Sr. Deputado não concorda com a forma
como está a ser feito o pagamento, apresento-lhe uma boa sugestão.
Redução do IVA da restauração: não considera ser conveniente? O IVA a 23% está a destruir as
empresas!
Aumento do salário mínimo: dê ouvidos às confederações patronais e aumente o salário mínimo!
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Muito bem!
O Sr. Basílio Horta (PS): — Repense a fiscalidade sobre o trabalho, pois 80% do aumento dos impostos é
sobre o trabalho. Oiça o Fernando Ulrich que diz que as grandes empresas com grandes lucros também
deviam contribuir para isto, e não apenas os trabalhadores. Oiça essa gente!
Depois, fazemos também propostas quanto ao emprego e quanto ao IVA de caixa. São várias medidas que
não significam aumento de despesa, mas, sim, uma nova conceção de governo e da política,
Finalmente, o Sr. Deputado diz que o Partido Socialista está num impasse que tem de aguentar até 2015.
Não é o Partido Socialista, é o País que tem de aguentar e, sinceramente, por aquilo que temos visto, não sei
se o País aguenta tanto tempo. Pelo menos, o CDS não sei se aguenta este tempo!
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, não havendo mais pedidos de esclarecimento, vamos
passar à próxima declaração política.
Por parte do CDS, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Há exatamente dois anos,
como, aliás, já foi hoje referido, os Ministros das Finanças da zona euro aprovaram a concessão a Portugal de
um plano de assistência económica e financeira e de um empréstimo de 78 000 milhões de euros.
Esta decisão foi tomada, não de forma unilateral, mas, sim, para responder a um pedido de ajuda externa
então apresentado por Portugal. Quarenta dias antes, o Estado português não resistiu às pressões dos
mercados financeiros. O Governo socialista de então, liderado pelo Primeiro-Ministro, José Sócrates, não
conseguiu continuar a financiar-se com normalidade e o nosso País viu-se na situação difícil de ter de pedir
assistência para poder pagar as suas obrigações. Ou seja, para poder pagar salários, pensões e juros,
Portugal teve de pedir ajuda externa.
Falamos hoje nisto, não pela importância de relembrar a história e perceber as causas da situação difícil
em que hoje nos encontramos. Essa memória é, sem dúvida, importante. Mas muitíssimo mais relevante é
relembrarmos este passado recente para que tudo façamos para que o nosso País nunca, mas mesmo nunca,
mais passe por uma situação semelhante.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
E, hoje, em que dois terços deste plano de assistência económica e financeira estão já cumpridos, e em
que falta apenas um ano para ele terminar, é importante lembrar, por um lado, que este plano tem de ser o
último e, por outro lado, que ele não deve, não pode e não vai durar nem mais um dia do que o estritamente
necessário e o inicialmente previsto.
Vozes do CDS-PP e do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Nestes dois anos, muita coisa mudou. Não fazemos esta constatação
para esconder o facto de que o momento que atravessamos é dificílimo ou para deixar de admitir que nem
tudo correu bem. Naturalmente que não. O desemprego, muito em particular, atinge níveis que, mais do que
preocupantes, são simplesmente inaceitáveis.
Mas é importante não esquecer também que podemos já ver algumas diferenças substanciais face à
situação de então, ou seja, face à situação de há dois anos. Nessa altura, Portugal era um País