17 DE MAIO DE 2013
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A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís
Menezes.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Basílio Horta, ouvi-o com muita atenção,
como o oiço sempre. O Sr. Deputado fez um retrato do País com números que ditam aquilo que é hoje a
realidade e que são, muitos deles, indesmentíveis. No entanto, não posso deixar de criticar a forma como
alguns deles foram tratados. É que, quando diz que Portugal teve o maior crescimento de sempre da dívida
pública em toda a União Europeia, é óbvio, Sr. Deputado, que isso teria de acontecer, uma vez que pedimos
78 000 milhões de euros emprestados e, desse empréstimo, já conseguimos 68 000 milhões de euros. Como
tal, é evidente que esses 30% de que falou correspondem a um aumento de dívida que vem do empréstimo da
troica. Esperava um pouco mais de coerência por parte do Sr. Deputado Basílio Horta.
Agora, há algo que não contava ouvir por parte do Sr. Deputado. É que, se por parte do Partido Socialista e
de alguns altos dirigentes do Partido Socialista percebo a necessidade de apontar caminhos sem dizer como
os querem percorrer, com medo da crítica a essas propostas alternativas, com medo até muitas vezes da
própria sombra,…
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Que proposta é que não aceita?!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — … já por parte do Sr. Deputado não esperava isso. Esperava mais, até pelo
seu passado político e pelo muito que o País lhe deve, independentemente das divergências que muitas vezes
possamos ter.
É que, Sr. Deputado, dizer que se tem de acabar com a austeridade — ponto final!?… Que raio de
proposta vem a ser esta? Peço desculpa, mas que raio de proposta vem a ser esta?
Aplausos do PSD e CDS-PP.
Os portugueses exigem mais — e não só do Partido Socialista, mas de todos os dirigentes políticos. Os
portugueses começam a ficar cansados de ver esta Câmara com debates estéreis, muitas vezes de parte a
parte (e todos os partidos têm culpa, inclusive, porventura, o PSD). Mas vir para aqui dizer que é preciso parar
com a austeridade?!
Outra afirmação sua que não posso perdoar foi o Sr. Deputado dizer que o Governo devia pagar as dívidas
que tem às pessoas e às empresas. Sr. Deputado, sabe quais são as dívidas que o Estado ainda tem a pagar,
hoje, à data em que falamos? São dívidas de 2010 e de 2011, do anterior Governo socialista, para o
pagamento das quais, hoje, ainda não há dinheiro. São os 3000 milhões de euros que o Sr. Deputado, ex-
Secretário de Estado, Manuel Pizarro deixou na saúde. E, na área da saúde, as dívidas que estão por pagar
são as dívidas de 2011, para as quais ainda não há dinheiro.
Na área da educação, ainda há mais de 2000 milhões de euros de dívidas da Parque Escolar que foram
deixadas pelo anterior Governo socialista.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Vou concluir, Sr.ª Presidente.
Por isso, Sr. Deputado Basílio Horta, concordo que há dívidas para pagar, mas foram dívidas do Partido
Socialista.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Demagogia!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Agora, o que os portugueses exigem do Partido Socialista e de todos nesta
Câmara é que não façam aquilo de que o Sr. Deputado Carlos Zorrinho está agora a acusar-me: demagogia.
Sr. Deputado, demagogia é vir para aqui vender facilidades, demagogia é vir para aqui dizer que se deve fazer
aquilo que os senhores nunca fizeram enquanto Governo, e demagogia é vir para aqui dizer que o País
precisa de um novo Governo, quando há dois anos houve eleições, quando este Governo está sólido, está