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I SÉRIE — NÚMERO 90

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firme, e o Partido Socialista está num beco sem saída, porque vai ter de estar dois anos, até 2015, a dizer que

é preciso eleições e não sei como vão aguentar esse «barco».

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Só aguentam esse «barco» porque não têm a coragem de,

independentemente das divisões internas, pensar no que é mais importante para o País.

Sr. Deputado Basílio Horta, esperava ouvir por parte do Sr. Deputado um pouco mais do que já estamos

habituados a ouvir por parte do PS.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Basílio Horta.

O Sr. Basílio Horta (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Ana Drago, muito obrigado pela sua questão.

Concordo com muito do que acaba de dizer. Em relação à posição do Conselho de Estado, não posso falar

por quem lá está. Agora, o Partido Socialista apresentou uma moção de censura, o que significa que quer que

o Governo seja substituído. O Sr. Secretário-Geral do Partido Socialista é um homem coerente, pelo que

seguramente manterá a sua coerência em todos os fóruns onde intervém.

Sr. Deputado Luís Menezes, agradeço-lhe as suas questões. O debate consigo tem sempre uma grande

vivacidade.

Em relação à dívida, quero, desde já, dizer-lhe o seguinte: 15% da dívida total, neste momento, foi feita no

seu Governo pelo Sr. Ministro das Finanças,…

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Exatamente! Toda!

O Sr. Basílio Horta (PS): — … e já não entra aí Teixeira dos Santos, nem mais ninguém. Chama-se Vítor

Gaspar e, se calhar, é também por isso que o Dr. Paulo Portas não gosta muito dele.

Em relação ao aumento da dívida, quero dizer-lhe o seguinte: o Sr. Deputado talvez não saiba (também

não sou técnico, mas julgo que é assim) mas o dinheiro que entrou na Europa foi para refinanciar dívida

existente. Agora, o que acontece é que nós não gerámos internamente meios para diminuir a dívida.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Não é verdade!

O Sr. Basílio Horta (PS): — É que se tivéssemos gerado meios, teríamos diminuído um pouco a dívida,

nem que fosse um mínimo.

Agora, como o Sr. Deputado sabe, em 2012, as medidas de austeridade atingiram os 10 000 milhões de

euros e a dívida aumentou, em relação ao que estava previsto, 32 000 milhões de euros. Como é que explica

isso? Vamos ser sérios, intelectual e politicamente! Não é possível estar sempre a atirar todas as culpas para

o passado — isso é que é demagogia —, ignorando completamente os erros desta política e a tragédia desta

teimosia que nos está a atirar para um abismo social.

O Sr. Deputado Luís Menezes diz algo interessante em termos políticos, isto é, diz que não há sugestões e

disse que referi que deveria acabar-se com a austeridade. Eu não disse que era para acabar com austeridade,

devo ter-me expressado mal. O que eu disse foi que se devia acabar com a austeridade enquanto durar a

grave crise económica. É que, Sr. Deputado, em plena crise económica, se forem acrescentados mais 4800

milhões de cortes, rebenta com a procura interna que resta!

Aplausos do PS.

Não tenha dúvidas sobre isso! E Deus queira que eu não tenha razão. Mas só se, como o Sr. Presidente da

República fez, o Sr. Deputado invocar a padroeira e, mesmo assim, não sei se ela faz milagres desta natureza,

porque o problema é de uma gravidade enorme!! Isto quanto a dinamizar a procura interna.